Agenda Verde: Cecafé terá evento internacional para promover a cafeicultura brasileira

por | jan 20, 2023 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária, Agropecuária Destaques, Boi gordo, Café, Milho, Soja, Trigo | 0 Comentários

No ano passado a chamada “Agenda Verde” massivamente discutida pela União Europeia, foi aprovada pelo Parlamento Europeu. A aprovação foi de um acordo político provisório, que proíbe a entrada de produtos agrícolas advindos de áreas de desmatamento no bloco europeu. No Brasil, o Conselho Nacional dos Exportadores de Café – Cecafé, vai realizar este ano um evento a fim de mostrar a cadeia produtiva brasileira e todos os avanços realizados nas últimas décadas.

9º Coffee Dinner & Summit

O Brasil como maior produtor e exportador de café, se mobiliza a fim de evitar impactos maiores para a cafeicultura nacional. Segundo o Presidente do Conselho dos Exportadores de Café, Marcos Matos, o Cecafé tem se mobilizado participando de fóruns de discussão e manifestado em consulta pública sobre a importância econômica, social e ambiental da cafeicultura brasileira.

“Se olharmos a União Europeia eles observam esse risco de desmatamento, não por causa do café brasileiro, mas o risco por país e a tendência é que isso permaneça. A gente carrega um pouquinho daqueles problemas que a gente tem na Amazônia, que nem é ligado ao agro, é ligado a diversas cadeia de valor, mas que resvala em nossos negócios, e isso nos preocupa bastante”. Ainda segundo o presidente, o Cecafé busca um diálogo maior com o intuito de destacar a rastreabilidade e fortalecer as certificações do café brasileiro.

“Fazemos isso agregando todas as exportações que a gente faz, agora com o carbono também, e temos uma estratégia, trazer os formadores de opinião, jornalistas ligados a União Europeia e Legisladores, para conhecer a nossa realidade”, explica.

O evento internacional vai acontecer nos dias 25 e 26 de maio. “Vamos trazê-los para a partir daí conhecerem a realidade da cafeicultura, visitar as regiões produtoras. Porque vamos estar na fase de implementação dessa lei e ai nós queremos que eles olhando a realidade, observando que o Brasil fez um trabalho de sustentabilidade, teve uma inclusão social nas últimas décadas, entendam que regras que prejudiquem o fluxo do comércio, põe em risco todos esses ganhos”.

O presidente pontuou valores importantes da cafeicultura no cenário nacional, como, o Índice de Desenvolvimento Humano maior nas regiões que cultivam a cultura. “Esse índice é mais alto e as vezes pode pular até duas categorias em relação a média de um estado inteiro, quando temos a cafeicultura. Então, essa é a nossa estratégia, mostrar a realidade, dizer que burocracias e custo ao fluxo do comércio, não aprimora a sustentabilidade, o caminho pode ser oposto”.

Agenda Verde pelo mundo

Nos meses seguintes espera-se que o Conselho Europeu volte a se debruçar sobre o assunto e dê o peso final a respeito da chamada “Lei Verde”. Precisamos lembrar também, que além da União Europeia, outros países passaram a se inclinar para a medida. Dentre eles o Reino Unido, com regras secundárias, os Estados Unidos com uma legislação parecida, mas que vem diretamente do Poder Executivo e por fim, a Alemanha com uma Lei de Direitos Sociais que entrou em vigor no início de janeiro.

Além do café, a medida atinge também outros itens da pauta de exportação brasileira, como, soja, milho e carne bovina. Os itens precisam ter suas rastreabilidades e coordenadas geográficas comprovando que não são frutos de áreas de desmatamento. A nova exigência vai requerer uma espécie de certificação dos importadores, para provar que os produtos não são de origem de áreas de desmatamento após 31 de dezembro de 2020, que seria a data limite para a supressão da área de produção agrícola.

 

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