Leite: nova alta nos preços e importações ultrapassam os 700 mi

por | jun 14, 2024 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques, Leite | 0 Comentários

O setor leiteiro registrou nova alta no preço pago ao produtor. No balanço de maio, o aumento foi de 5,1% em comparação com o mês anterior. Na média nacional o litro do leite ficou em R$2,45 segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Essa é a sexta alta mensal registrada pelo setor, o que revela um acumulo de 18,7% na parcial deste ano.

A valorização que o produtor tem sentido desde o início do ano, nos preços, se deve a redução da captação, que registrou nova queda entre os meses de março e abril, 0,37%. E no acumulado do ano, essa baixa já chega a 7,8%.

Além dos menores investimentos dentro da porteira no final do ano passado, o avanço da entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste e o atraso da safra do Sul, devido ao clima adverso, têm prejudicado a oferta do leite cru. Consequentemente, a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima seguiu intensa, sustentando o movimento de valorização.

E esse cenário deve se manter também nos meses seguintes, reforçado pelas altas consideráveis nos preços do leite spot e pela especulação de agentes de mercado, tendo em vista os impactos negativos das enchentes do Rio Grande do Sul sobre a atividade de pecuária leiteira.

Contudo, esse movimento altista pode perder força nesse mês, em decorrência de uma série de fatores. Primeiramente, a oferta do leite cru tende a se recuperar, ainda que de forma lenta, e o incremento da margem do produtor nesses últimos meses deve favorecer a captação. Em segundo lugar, os laticínios relatam dificuldades em realizar o repasse da alta do campo aos preços dos derivados. Os canais de distribuição seguiram pressionando as negociações com as indústrias para obter preços de lácteos mais baixos, o que resultou em variações pouco expressivas nas cotações do UHT, da muçarela e do leite em pó em abril. Com margem reduzida na venda dos derivados, especialmente os mais “comoditizados”, os laticínios podem ter dificuldades em manter o ritmo de alta nos preços pagos aos produtores.

E as importações continuam sendo um fator de pressão sobre o mercado lácteo. Dados da Secex mostram que, de janeiro a abril, as compras externas somaram quase 774 milhões de litros em equivalente leite, 15% a mais que no mesmo período do ano passado.

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