Frente parlamentar da agropecuária se reúne com autoridades do café

por | nov 17, 2022

As intempéries climáticas que tanto tem assolado a cafeicultura está entre os principais temas debatidos na Semana Internacional do Café 2022. Nessa manhã uma reunião entre as principais autoridades do setor, junto a Frente Parlamentar da Agropecuária, trouxe o assunto para debate.

As recentes chuvas de granizo que ocasionaram estragos em muitas lavouras no sul e sudoeste de Minas, estão entre as principais preocupações do momento. Isso porque a tempestades de granizo já acenderam o alerta quanto a queda de produtividade para a safra 23.

O presidente da Cooperativa Cooxupé, Carlos Augusto, destacou os últimos avanços na tentativa de ajudar os produtores atingidos pelas tempestades de granizo.  “Na semana passada nós tivemos uma reunião em Alfenas e hoje tivemos aqui uma reunião bastante ampla, rica, com alternativas de soluções para minimizar o problema dos produtores que foram atingidos pela chuva de granizo. Saio dessa reunião satisfeito, diante daquele momento que vivenciamos, e é nessa linha que vamos caminhar. Ainda tem muito para fazermos, mas a cafeicultura é assim, uma empresa a céu aberto, e sempre existirão transtornos dessa natureza”.

O presidente pontuou também que a cooperativa já tem algumas opções de seguro para os produtores que foram atingidos pelo granizo. “Ainda existem muitos estudos a serem feitos, as opções não são as melhores, mas a menos pior apresentada até o momento, com juros de 6 a 8%”.  Na expectativa para a próxima safra, o presidente destaca que não será a safra desejada. “Acreditamos em uma safra muito próxima dessa que tivemos, talvez até um pouco pior, mas ainda não foram mensurados os estragos, para saber o que vai ser a safra seguinte. A única certeza que temos é que será uma safra a desejar”.

O Presidente da Cooperativa Minasul, João Marcos, também compartilhou da mesma preocupação em relação a safra 23. Segundo ele, a expectativa é de uma safra com vários problemas.


“O granizo de maneira inédita começa a afetar a quantidade de café que vai ser colhido. Antigamente as ocorrências de granizo eram muito localizadas, essas últimas foram abrangentes e prejudicaram bastante. Nossos técnicos estão preocupados também com a questão do pegamento, o crescimento e muita queda de chumbinho. E não estamos com boas expectativas para a próxima safra”.

Ele também pontuou as discussões sobre as melhores formas de inovação, para se ter um seguro em grupo por exemplo, as cooperativas fariam um seguro maior abrangendo mais produtores e eles teriam um valor menor a ser pago e teriam uma escala maior dando condições para sobrevivência das seguradoras”.

A Conab deverá divulgar no início de dezembro a estimativa para a safra brasileira de café em 2023. O gerente de Desenvolvimento Estratégico, da companhia esteve presente na reunião, Alessandro Marques , e destacou a busca por resultados mais eficientes e adequado com a realidade.

“A Conab vem em busca de um resultado mais eficiente e adequado. Vocês vão perceber que nosso número de estatísticas está refletindo uma redução das nossas produções. A produtividade está sendo afetada pelas questões climáticas, nosso clima de 2021 com seca, geada e agora tempestades de pedra que irá refletir nessa estimativa que teremos em dezembro”.