Feijão: baixa oferta e preços firmes na segunda safra

por | mar 31, 2023 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques | 0 Comentários

O Brasil deve produzir este ano, o total de 2,82 milhões de toneladas de feijão, o número é 6% menor em comparação com a temporada anterior. No cenário geral, o panorama é de uma oferta menor oferta neste ano, mas consumo estável e preços firmes.

Para a segunda safra a previsão é de uma produção de 588 mil toneladas, no Paraná. Em comparação com a safra anterior, o número representa um avanço de 5%, quando o estado produziu 561 mil toneladas.

O analista de Safras e Mercado Evandro Oliveira explica que apesar desse avanço significativo, alguns fatores foram pontuais para essa expectativa de aumento. “Um dos principais fatores que trazem esse aumento, é o fato de que a área no Paraná teve um corte significativo de aproximadamente 12%, mas o ganho de produtividade tem sido maior, o que nos leva a uma produção maior, mesmo com uma área menor”, explica.

Já em relação a estimativa de produtividade os números também surpreendem no Paraná.  “Na temporada anterior tivemos alguns problemas com produtividade no Paraná e a Conab trabalha com uma produtividade dentro da média. Mas tudo vai depender do clima, as estimativas trabalham com uma produtividade de 1.900 até 2.000 Kg por hectare no estado”.

Mas o analista também lembra que essa temporada terá também a participação do sudeste e do nordeste, o que pode alterar esse cenário. De acordo com Evandro, a estimativa de Safras e Mercado, é mais conservadora. A agência acredita em uma produção semelhante a temporada anterior com 560 a 580 mil toneladas.  “Nosso número é mais conservador, tivemos muita migração de cultura, por conta dos altos custos de produção enfrentados pelo produto de feijão no Paraná e em outras regiões, como o Nordeste também”.

Oferta reduzida e preços firmes!

O corte de área e a migração de cultura nesta safra, resultaram em uma menor oferta de feijão nessa temporada. O número de produção estimado em pouco mais de 2 milhões, é muito inferior aos quase 3 milhões de toneladas da temporada anterior, o que explica o cenário que vem se montando quanto ao preço do feijão.

“Deveremos ter uma oferta menor de feijão e isso deve se refletir nos preços de acordo com o comportamento sazonal do feijão, eles devem continuar apresentando trajetória de alta, até meados de colheita em maio, quando os preços devem atingir o pico”, explica o analista Evandro Oliveira

Atualmente o preço do feijão Carioca, segue na média de R$ 430 a saca. Para os próximos 30 ou 40 dias, a expectativa é que a trajetória de alta continue, apesar da demanda apresentar dificuldade de avanço, segundo análise.

Evandro ainda explica que os feijões considerados inferiores possuem preço na média de R$400 a R$420 a saca. “Esses preços podem vir buscar os R$500 por saca. Os compradores se encontram retraídos e os produtores cautelosos, negociando somente o necessário e isso vem mantendo a estabilidade dos preços, mas tudo vai depender de até quando os produtores vão conseguir controlar o lado da oferta, o produtor mantendo isso, os preços tendem a buscar a margem de R$500 por saca”.

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