Epamig lidera pesquisa de emissão e sequestro de carbono

por | out 31, 2022 | Agropecuária Destaques, Clima, Tecnologia, Tecnologia Destaque | 0 Comentários

Um dos temas centrais a serem debatidos na 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas – COP, no Egito, é a emissão e o sequestro de carbono. E o tema esteve no radar da Epamig nos últimos anos em pesquisas nas quais a empresa foi pioneira.

Um levantamento recente, apontou que a Epamig tem mais de 50 projetos relacionados às mudanças climáticas em andamento nas Unidades Experimentais da Empresa. Apenas dentro do Programa Estadual de Pesquisa em Cafeicultura, foram identificados 21 projetos que envolviam temas como Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF); cultivares resistentes ou tolerantes à seca; mitigação do uso da água; redução da emissão de gases metano; convivência com o semi-árido; além do sequestro de carbono. Outro destaque é o Programa Estadual de Pesquisa em Bovinocultura, que conta com seis projetos ligados ao estudo da emissão de carbono.

A EPAMIG está envolvida com pesquisas sobre o resgate de carbono há mais de 20 anos. Um dos primeiros trabalhos a tratar do assunto foi o projeto “Caracterização, valoração e análise comparativa do sequestro de carbono na heveicultura: bases técnicas e científicas para o agronegócio e mercado de commodities ambientais”, coordenado pelo pesquisador da EPAMIG Sudeste, Antônio de Pádua Alvarenga, em conjunto com a então pesquisadora da Embrapa, Ciríaca Ferreira do Carmo.

Realizado entre os anos de 2004 e 2006, o projeto pioneiro da EPAMIG foi o primeiro no Brasil, e um dos primeiros no mundo, a analisar o potencial de sequestro de carbono da seringueira. Importante desdobramento do projeto foi o livro “Sequestro de carbono: quantificação em seringais de cultivo e na vegetação natural”, publicado em 2006, o primeiro sobre o assunto no país e referência na área até os dias atuais.

O pesquisador especialista em agrometeorologia, Williams Pinto Marques Ferreira, da Embrapa Café, aponta que o Brasil tem diante de si a oportunidade de assumir a dianteira na questão das reduções de emissões de carbono no cenário global. “As esperanças se voltam para a COP-27 no sentido de que o tão sonhado mercado de carbono seja uma realidade com legislação internacional vigente, clara e objetiva. As pesquisas no Brasil envolvendo o sequestro de carbono acompanham as oscilações internacionais sobre o tema. Vários estudos foram realizados, porém não tiveram sequência, ainda que seus resultados externassem a necessidade disso. Porém, agora, com o mercado de carbono no foco da COP novamente, o Brasil ganha o papel de protagonista como o grande candidato com potencial de liderar o sequestro de carbono mundial”, ressalta Williams.

O sequestro de carbono é feito durante a fotossíntese das plantas e algas, que absorvem o gás carbônico (CO₂) da atmosfera para devolver oxigênio (O₂). Quanto maior a biodiversidade e as extensões de oceanos, matas e florestas naturais de um país, maior é o seu potencial de gerar créditos de carbono, que são excessos produzidos quando se cumpre as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, estabelecidos em acordos climáticos internacionais, podendo ser vendidos para outros países.

Outras pesquisas realizadas com dados coletados na EPAMIG ao longo das últimas décadas envolveram estudos do potencial de resgate de carbono em plantas como pinus e cacau, além do trabalho “Sequestro de carbono em povoamentos florestais de eucalipto e a geração de créditos de carbono”, publicado no Informe Agropecuário 242, de 2008.

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