Crise energética e os impactos na safra 2023

por | set 13, 2022 | Agropecuária Destaques, Mercado, Mercado Destaque, Soja | 0 Comentários

A crise energética no continente Europeu, piorou após a suspensão do fornecimento de gás natural da Rússia. O país interrompeu o fornecimento e prometeu o fluxo normal de abastecimento, somente após a suspensão das sanções econômicas impostas por “coletivo de países do Ocidente”.  Essa situação impacta a Europa de um modo geral e principalmente a Alemanha, que tinha o projeto de cortar a produção de energia nuclear, projeto que segue em desenvolvimento no coração industrial da Europa.

O analista e consultor de mercado, Ênio Fernandes, pontua os impactos dessa situação de crise nos países europeus. “Com esse custo de energia subindo e com a aproximação do inverno Europeu, a gente vai ter que tomar um certo cuidado, para entendermos como que os governos da União Europeia, irão operar essa menor oferta de energia”.

A ideia é inicial é que os governos priorizem a demanda doméstica de energia, para aquecer as casas no inverno. O ponto que vem surgindo como opção nesses países, é o limite para o preço do gás e a taxação de 15% para companhias que faturam acima de determinado valor, o que segundo o consultor não resolve o problema efetivamente.

“Olha, duas questões são importantes. Mesmo que haja energia para ambas, o custo dessa energia vai subir. E quando eu limito o preço do gás, não estou atacando o principal problema, que nesse caso, é a oferta de gás, a oferta de energia. Não estou atacando a questão da oferta, eu estou tentando amenizar a situação de custo para as empresas e para os europeus, e isso não limita a demanda e não aumenta a oferta”.

Ainda segundo o consultor, a preocupação maior é que os movimentos de custo que as indústrias de energia tiverem na Europa, naturalmente serão repassados aos consumidores, o que não soluciona o problema da oferta.

De acordo com ele, a questão se trata de um problema mundial que está sendo empurrado com a barriga. “Porque que isso afeta a produção e fertilizantes, você vai ter setores na Europa que vão ser mais prioritários na visão estratégica desses países, e o setor de fertilizante não vai ser. Eu não acredito que falte fertilizante, mas a Europa vai ser uma importadora de fertilizante”.

A crise energética afeta a produção de fertilizantes no mundo inteiro, em especial os nitrogenados, que já tiveram reajuste nos preços e seguem extremamente altos.

Leia também