Durante o 22º Encontro de Cafeicultores promovido pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura da Ufla, uma das palestras foi sobre gestão e o mercado de café brasileiro. Na ocasião, o professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, comentou que por trás dos preços altos estão as questões climáticas que o país enfrentou e vem enfrentando.
Tanto seca como a geada, são fatores que impactam diretamente na oferta do café, e o fazem ser maior ou menor, questão que reflete na formação de preços. E para o professor, esse contexto, deixa claro um momento de muita insegurança vivenciado no mercado.
“Nós sempre pensamos que risco de preço, é quando o preço cai. Mas hoje, nós temos uma incerteza em ralação a elevação de preço. Porque o produtor ele tem que se programar, ele tem que comercializar o produto dele, e hoje, você vender a R$1.500,00 uma saca de café?! Existem pessoas por ai, que estão dizendo que vai subir muito mais, justamente pela incerteza que temos no clima. Então a elevação de preço, passou a ser um risco, porque se o preço sobe, o custo também em relação a ele vai subindo, então se eu vendi antecipado, eu também deixei de ganhar um valor e depois vou pagar caro nos custos de produção e consequentemente posso não ter retorno relacionado a esse produto”, explicou.
Em uma análise rápido o professor lembrou que o preço médio da saca atualmente de R$1.500,00 é o terceiro maior preço dos últimos anos. Em 1985, a saca chegou a um preço aproximado de R$1.900,00 e no ano de 86 ao preço de quase R$3 mil.
“O que assusta na verdade é o que vem depois desses picos, que são quedas, vales com preços bem abaixo. Acredito que hoje é uma preocupação muito grande a questão de investimento, porque esse era o momento que deveríamos estar guardando gordura para o vale que vem depois, só que hoje, alguns produtores por essa questão climática, não estão conseguindo nem produzir café e consequentemente não estão conseguindo engordar para queimar nas vacas magras que vem depois. Por isso trabalhar com uma gestão com planejamento, onde o produtor possa ter algum recurso ou pelo menos tentar guardar é o ideal”.
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