Suínos: recuperação do setor deve ocorrer somente em 2023

por | set 22, 2022 | Agropecuária Destaques, Carnes, Mercado, Mercado Destaque, Suinocultura | 0 Comentários

A crise na suinocultura ainda é realidade no Brasil, mesmo com os produtores alcançando margens melhores nos últimos meses.  O especialista da Safras e Mercado, Fernando Iglesias, pontua que diferentes fatores tem colaborado para uma melhora do setor nos últimos meses, no entanto a recuperação efetiva é esperada somente em 2023. Os altos custos de produção ainda são um desafio para o setor, como exemplo, ele destaca os custos de nutrição animal, já que a saca de milho tem chegado a R$95 no interior Catarinense e Gaúcho.

“Pra sair da crise efetiva, apenas em 2023, é muito importante nós colocarmos isso. Esse ano, ainda é um grande desafio para suinocultura, principalmente em relação a custo de nutrição animal. Porque trazer milho ou farelo de soja para Santa Catarina ou Rio Grande do Sul, ainda é uma operação dispendiosa, você tem que trazer produto do Centro-Oeste pra abastecer sua fábrica e isso fica muito caro”.

Brasil amplia opções de carteira de exportações

O leque de países que recebem os embarques da carne suína brasileira aumentou nos últimos meses. Houve um aumento na exportação dos suínos, e isso se deve ao fato da retomada das exportações chinesas, bem como a entrada de novos países na carteira de clientes do Brasil: Argentina, Vietnã, Filipinas, Uruguai e Chile.

E a retomada da China nesse mercado está entre os fatores principais para a recuperação do Brasil nas exportações de suínos, mas além disso, a diversificação nessas vendas é considerada fator essencial para recuperação de margens no setor.

“O Brasil conseguiu diversificar as nossas vendas, buscar novos mercados e isso tem sido importante, porque temos conseguindo uma boa distribuição dos embarques de carne suína e essa é a chave para a recuperação de margem dentro do setor. Essa é a chave, já que o mercado doméstico, ele não é afeito ao consumo de carne suína, por isso buscar alternativas é muito relevante para esse setor, que ainda convive com prejuízos em 2022”, explica Fernando Iglesias.

Vale lembrarmos que existe ainda uma grande expectativa para o setor de recuperação de margens no final do ano, onde o Brasil tem o ápice de consumo da carne suína. E aliada a uma demanda doméstica mais robusta, é esperado também a continuidade de bons níveis nas exportações, o que pode melhorar a rentabilidade do produtor.

“Temos que ponderar o ápice desse consumo, aliado a outros fatores, como, a Copa do Mundo, que também vai acontecer nesse último trimestre do ano, e o aumento da circulação monetária em 2022, em função dos aumentos no auxílio Brasil e bolsa de auxílio aos motoristas de caminhão. Tudo isso fomenta o consumo de produtos básicos, incluindo proteína animal”, explica Fernando.

 

Leia também