Suínos: Brasil se destaca no mercado global e produção deve superar 2022

por | dez 18, 2023 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques | 0 Comentários

O mercado de carne suína geralmente apresenta movimentação intensa no final do ano com uma demanda aquecida. Desde o início de dezembro, a intensidade de saída nos frigoríficos aumentou.

Mas refletindo sobre o setor ao longo do ano, as dificuldades em 2023 foram grandes, no entanto, nada que se compare com a temporada ruim que foi 2022.

Dados da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), apontam que a produção deste ano é projetada para superar o ano passado de 2 a 3%, totalizando mais de 5,2 milhões de toneladas.

O analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, avalia o cenário da suinocultura. “Tivemos vários problemas em relação aos preços, as dificuldades persistiram ao longo do ano, mas ainda assim foi um ano positivo com algumas vitórias, como as quedas de custo de nutrição animal, o que proporcionou um primeiro semestre interessante em termos de formação de margens”.

Outro desafio enfrentado pelo setor foi a queda na demanda doméstica, com a concentração do mercado da carne suína em um grupo de indústrias. “Precisamos considerar que a tendência para a oligopolização ainda está muito presente no mercado da carne suína, pois os suinocultores independentes não conseguem sustentar continuamente esse tipo de cenário. Assim, a situação acaba ficando nas mãos das grandes indústrias e dos grandes frigoríficos”, explica Fernando.

Brasil: terceiro maior exportador de suínos

Já as exportações tiveram um bom desempenho, e colocaram o Brasil, como terceiro maior exportador de carne suína em escala global, superando o Canadá neste ano.

“O país continuará buscando novos mercados, tentando reduzir a dependência em relação à China, e a tendência é que o Brasil se torne o principal fornecedor de proteínas de origem animal para o mercado chinês, ficando ainda mais em destaque no contexto internacional”, afirmou Iglesias.

Até novembro de 2023, conforme os dados da ABCS, as exportações de carne suína in natura totalizaram 992 mil toneladas, gerando receitas de US$ 2.417.075.219. Sendo que no próximo ano, a expectativa é de crescimento. Quanto ao consumo per capita, a previsão é que permaneça em torno de 20,5 kg.

Brasil deve ampliar mercado em 2024

O ano de 2024 para a suinocultura promete ser positivo, apresentando melhorias em relação ao ano atual. A demanda interna deverá permanecer aquecida, e as exportações devem manter-se elevadas, contribuindo para o equilíbrio da cadeia. Apesar de alguns desafios no primeiro semestre, a expectativa é de um cenário de melhoria.

“O desafio relacionado ao custo será bastante presente no primeiro semestre do ano, com a dificuldade no abastecimento de milho. Isso pode levar a uma tendência de redução no peso dos animais a serem abatidos na temporada. No entanto, é importante destacar que o Brasil planeja explorar novos mercados no próximo ano”, explica o especialista Fernando.

De acordo com os dados da ABCS, a oferta per capita para o próximo ano será ajustada à demanda, com um crescimento na produção estimado entre 3% e 4%, e um aumento nas exportações de 5%. No que diz respeito ao custo de produção para 2024, a preocupação é a situação climática, que pode comprometer a oferta de milho, pressionando o custo desse insumo.

A boa notícia é que a tendência é que o mercado avance no próximo ano, com a perspectiva de que o real, um pouco desvalorizado, proporcione um bom ritmo de exportação. Além disso, a redução no abate bovino deve aumentar a competitividade da carne suína. “Outro aspecto é que a carne bovina estará em menor oferta no próximo ano, em comparação com 2023, o que oferecerá uma perspectiva saudável em relação à formação da avicultura e suinocultura”, encerrou.

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