As altas temperaturas do Fenômeno El Niño têm ocasionado atrasos no plantio da soja brasileira. De acordo com a Pátria Agronegócio, o plantio atingiu 68,93%, em comparação com os 80,16% realizados no mesmo período de 2022. Essa cifra também está abaixo da média dos últimos cinco anos, indicando um atraso no ciclo de plantio.
A principal preocupação dos produtores agora é a possibilidade de perder a janela de plantio, especialmente na região centro-oeste do Brasil. Estimativas da Sisdagro do Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia, apontam perdas entre 4% e 5% nas simulações de produtividade. O estudo destaca que a safra brasileira 23/24 enfrentará quebras expressivas devido à ausência de chuvas em diversas regiões.
O levantamento considera cenários específicos, como a soja com 120 dias de ciclo, com emergência no dia 10 de outubro, que apresenta perda estimada em 13%. Já aquelas com plantio em 1º de outubro podem ter perdas de até 17,38% no sudoeste de Goiás. No Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, o cenário também é crítico devido às dificuldades relacionadas ao El Niño. Muitos municípios do estado registraram baixo volume de chuva, intensificando a deficiência hídrica nas lavouras.
De acordo com a Pátria Agronegócio, o plantio avançou de forma limitada ao longo desta semana nas principais regiões produtoras. Melhores chuvas são esperadas nos próximos dias no centro-norte do país, o que, se confirmado, deve acelerar os trabalhos de campo. No entanto, por enquanto, a semeadura brasileira de soja continua registrando atrasos em relação à média das últimas safras.
As chuvas irregulares também afetam o Sudeste, onde as regiões cafeeiras também enfrentam desafios com a irregularidade das precipitações nesta temporada.
