O mês de setembro marcará a 20ª edição da Semana do Pescado em todo o Brasil. A campanha, que tem o objetivo de estimular o consumo de peixe, ao longo de 20 anos, resultou no aumento do consumo de 6,5 quilos por habitante para 10 quilos por habitante/ano no Brasil.
O evento, criado pelo Ministério da Pesca em 2004, hoje representa um movimento crucial para fortalecer a piscicultura brasileira. Este ano, o evento acontecerá de 1º a 15 de setembro, com a intenção de tornar esse consumo uma prática cotidiana entre os brasileiros.
Altemir Gregolin, presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil) e membro da coordenação nacional do evento, destacou que dois fatores contribuem para o aumento desse consumo: “a iniciativa criada pelo governo há 20 anos e o fato de o setor ter abraçado a campanha”.
A distribuição em anos anteriores era apontada como um dos principais problemas, uma vez que muitos consumidores não tinham acesso facilitado ao pescado. De acordo com o Ministério da Pesca, esse obstáculo foi superado nos últimos anos, com a ampliação do número de estabelecimentos que vendem pescados no Brasil.
Outro ponto importante da campanha ao longo dos 20 anos foi a melhoria na qualidade dos pescados. Muitas empresas modernizaram os processos e aprimoraram a qualidade dos produtos, além de haver uma fiscalização mais intensa por parte dos órgãos públicos.
A diversidade de pescados que o Brasil oferece também tem sido um fator chave para o aumento do consumo nos últimos anos. Cada região possui suas particularidades e variedades mais consumidas. Atualmente, há cerca de 20 espécies de peixes de cultivo, embora algumas se destaquem entre as demais, como a tilápia, o camarão e o tambaqui.
O aumento de 65% no consumo ao longo de 20 anos refletiu em uma expansão de 60% na produção brasileira. Em termos de balança comercial, o Brasil importou US$ 1,4 bilhão em pescados em 2022, em comparação com US$ 300 milhões exportados. Isso demonstra o potencial significativo do Brasil, mas também revela um déficit. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), o Produto Interno Bruto (PIB) da aquicultura e pesca alcança R$ 25 bilhões. Atualmente, a cadeia de pescados envolve mais de um milhão de pescadores, 300 mil aquicultores e gera 16 mil empregos diretos na indústria.
