Em um evento inédito uma comitiva internacional de compradores de café, representando 11 países, juntamente com participantes do Brasil, visitou o estado de Rondônia para uma imersão na origem dos Robustas Amazônicos. Esse evento teve como objetivo não apenas apresentar a qualidade desses cafés, mas também destacar a riqueza cultural e a biodiversidade da região amazônica que contribuem para os sabores únicos desses grãos.
A iniciativa faz parte do programa Exporta Mais Brasil, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), com o objetivo de fortalecer a cultura exportadora em diversos setores produtivos do país. Em Rondônia, a ação foi organizada pela Associação dos Cafeicultores da Indicação Geográfica Matas de Rondônia (Caferon) e pela Embrapa, com o apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, do Sebrae, da CNA e do Selva Café.
O evento ocorreu em Cacoal, com atividades itinerantes em outras localidades da Indicação Geográfica (IG) Matas de Rondônia, como Novo Horizonte D’Oeste. A principal meta era estreitar os laços entre importadores e produtores locais por meio de rodadas de negócios e proporcionar uma imersão na cultura cafeicultora da região. Os compradores, ao experimentarem a qualidade dos cafés e conhecerem de perto a realidade dos produtores, puderam fechar negócios durante o evento. De acordo com a Caferon, aproximadamente 3 mil sacas de café, produzidas por 15 pequenos e médios produtores, incluindo mulheres e indígenas, foram vendidas, totalizando mais de R$ 4 milhões em negócios.
Para dar uma dimensão do sucesso, uma saca de café da variedade canéfora (Robusta e Conilon) geralmente é comercializada por cerca de R$ 600 no mercado de commodities. No entanto, os cafés apresentados neste evento foram vendidos, em média, por R$ 1500, com algumas sacas alcançando até R$ 4 mil. Isso é um testemunho da qualidade excepcional dos cafés produzidos na região.
O presidente da Caferon, Juan Travain, enfatiza que esta foi uma oportunidade única para os cafeicultores locais. Além da qualidade dos cafés degustados, os compradores puderam conhecer a realidade da região, bem como a ciência e a tecnologia envolvidas em todo o processo de produção. Essa iniciativa também reforça o compromisso da região com a sustentabilidade nas dimensões econômica, social e ambiental.
De acordo com Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia, a ciência desempenhou um papel fundamental na transformação da cafeicultura na região, conferindo aos cafés produzidos a identidade de Robustas Amazônicos. Os materiais genéticos e as tecnologias de pós-colheita desenvolvidos pela pesquisa proporcionaram uma paleta sensorial única e autêntica a esses cafés.
Essa imersão permitiu que os compradores e participantes reconhecessem não apenas a qualidade dos cafés, mas também a importância da produção sustentável na região amazônica e o compromisso dos produtores, incluindo mulheres e indígenas, na promoção de cafés excepcionais. O evento marcou um marco histórico para os Robustas Amazônicos, demonstrando que eles têm um lugar de destaque no cenário mundial do café.
#Café #RobustasAmazônicos #Sustentabilidade #Exportações