De acordo com o quadro de suprimento de produtos atualizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na edição de julho do AgroConab, a produção dos três principais tipos de carnes no Brasil está estimada em aproximadamente 29,6 milhões de toneladas. Se confirmada, essa marca será a maior da série histórica, considerando aves, suínos e bovinos. Além disso, a Companhia prevê um recorde nas exportações, ultrapassando os 9 milhões de toneladas.
O aumento na produção de carnes no país é um dos fatores que contribuem para a tendência de queda nos preços ao consumidor. Segundo Edegar Pretto, presidente da Conab, a deflação registrada é impulsionada principalmente pela redução dos preços das carnes, tornando-as mais acessíveis aos consumidores.
O setor suinícola lidera o cenário de crescimento em 2023, com a expectativa de alcançar uma produção de 5,32 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. Esse volume será o maior já registrado no país. As exportações de carne suína também devem crescer cerca de 10,1%, atingindo 1,22 milhão de toneladas, sem afetar a oferta interna, que tende a apresentar um leve incremento de 0,6%, chegando a 4,12 milhões de toneladas.
Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, destaca que as vendas externas têm se expandido, e o Brasil tem conquistado novos mercados. A dependência do mercado chinês está diminuindo, visto que outros países, como Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura, têm aumentado sua participação como principais compradores da carne suína brasileira. A abertura dos mercados do México e do Canadá também oferece novas oportunidades para os exportadores brasileiros.
Em relação à produção de bovinos, espera-se um volume de aproximadamente 9 milhões de toneladas. Esse aumento já era esperado devido ao ciclo pecuário, que resulta em maior abate de fêmeas e, consequentemente, uma elevação na oferta de carne no mercado. As exportações, no entanto, estão projetadas para diminuir cerca de 3,3% em comparação com o ano anterior, devido aos embarques mais lentos no início de 2023. Por outro lado, a disponibilidade interna deve apresentar um crescimento de 8,6%, atingindo 6,23 milhões de toneladas.
Em relação às aves, a estimativa é de uma produção de 15,21 milhões de toneladas, a segunda maior da série. A boa produção aliada aos surtos de gripe aviária em países da Europa, Japão e Estados Unidos aumentam a procura pela carne de frango brasileira. No entanto, é importante destacar que os casos de influenza aviária no Brasil têm sido identificados apenas em aves silvestres e não em aves comerciais, conforme ressalta Gabriel Rabello.
Neste contexto, as exportações de carne de frango devem crescer em torno de 10,2%, atingindo um novo recorde de 5,12 milhões de toneladas. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) registrou um aumento de 10% nas vendas ao mercado externo apenas nos 15 primeiros dias úteis de julho.
Quanto à produção de ovos, a Conab estima que em 2023 chegue a um novo recorde de 40 bilhões de unidades para consumo. A alta produção, juntamente com a influenza aviária nos Estados Unidos, contribui para a elevação das cotações no mercado externo.
Em suma, o Brasil vive um momento de destaque na produção de carnes, com projeções otimistas para as exportações e um mercado interno bem abastecido. Essa conjuntura traz oportunidades para o setor, com o país conquistando novos mercados e consolidando sua posição como importante fornecedor global de proteínas animais.
