Os preços na arroba do boi gordo caíram durante o mês de maio. Nas principais praças de produção e comercialização do país, a queda foi sentida. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que os frigoríficos exerceram pressão durante todo o mês, testando patamares mais baixos na compra de gado junto aos pecuaristas.

“O mês de maio foi um mês de pressão sobre os preços, tanto que acabaram recuando de maneira bem agressiva. Mas nada que já não esperávamos nesse período. Segundo trimestre do ano, é aquele ponto que o mercado atinge o seu auge de oferta. O volume de animais ofertados cresce de uma maneira bastante significativa por conta até da perda de qualidade da pastagem, e, é um período que as chuvas diminuem na região centro-norte do país”.
Ainda segundo o analista a frente fria que chegou em diversas em regiões produtoras, também está entre os fatores que interferiram nesse preço. “Os pecuaristas não tinham uma boa capacidade de retenção nesse período e com isso os frigoríficos conseguiram exercer pressão nesse mercado de uma maneira muito consistente e muito agressiva”.
Os embargos temporários da China também refletiram nesse mercado. Segundo o analista os embargos geraram turbulência e acabaram por moldar o comportamento dos frigoríficos na compra do gado. “Tivemos os preços do boi atingindo a mínima desse ano, e isso tudo em detrimento desses fatores”.
Para o próximo trimestre a expectativa está na continuidade da pressão sobre os preços no mercado. Ainda de acordo com o analista, os frigoríficos seguem confortáveis com a escala atual. “Eles devem continuar tentando comprar em níveis mais baixos e seguir nesse ritmo de baixar os preços. Mas isso é momentâneo. Precisamos lembrar que teremos alguns elementos que irão justificar a alta dos preços, como, o final do lockdown na China”.
Além do fim do lockdown, a oferta de animais terminado deve reduzir no próximo trimestre, o que mudará os rumos dos preços. “A safra do boi gordo vai chegar ao final e vai haver uma maior dependência de animais confinados para os frigoríficos comporem as escalas de abate. Ou seja com oferta mais restrita de animais e a China retomando a sua normalidade, teremos a perspectiva de alta do boi”.
O analista ainda lembra que a aproximação da eleição, deve levar o real a operar em desvalorização, e com o dólar mais valorizado, as commodities brasileiras devem se tornar mais competitivas no mercado.
