O cenário devastador de propriedades rurais alagadas e plantações submersas pode ser observado no Rio Grande do Sul, resultando na suspensão da sojicultura em grande parte do estado. Um levantamento realizado pela Pátria Agronegócio aponta que, até o momento, cerca de 2,8 milhões de toneladas de soja foram perdidas no estado gaúcho devido ao excesso de chuvas e inundações.
Esse número pode refletir uma quebra total na produção brasileira entre potencial produtivo e resultado final para 24,5 milhões de toneladas, de acordo com Matheus Pereira, diretor da Pátria. Além disso, dependendo do desenrolar desta semana, se as quebras se intensificarem, poderia resultar na maior quebra de safra da história do Brasil.
No entanto, com os dados disponíveis até o momento, segundo o analista de mercado, Vlamir Brandalizze, os impactos em âmbito nacional ainda não registraram uma perda recorde. “A nível nacional, os impactos são relativamente pequenos. Ainda estamos observando que a safra brasileira pode variar entre 146 e 148 milhões de toneladas, pois, embora haja uma quebra na produção de safra gaúcha, outras regiões do Brasil, como Pará, Tocantins, Bahia, Goiás, tiveram uma safra maior, com lavouras tardias ainda em colheita e isso acaba compensando um pouco”, informou o analista. Ainda segundo Vlamir, a perda no país deve ser de 15 milhões de toneladas, não superando as perdas de 2022, que foram de 25 milhões de toneladas.
Diante da incerteza sobre o tamanho total das perdas, surge a preocupação de que elas possam ultrapassar as estimativas iniciais. Isso mostra que o impacto das condições climáticas ruins pode ser mais grave do que se pensava, afetando não apenas a soja, mas também outras culturas.
