O estado do Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de ovinos do Brasil, com um rebanho total de 3,05 milhões de cabeças, representando 15,51% do rebanho brasileiro. Na Expointer, o setor teve um pavilhão dedicado exclusivamente à exposição dos animais destinados tanto para a produção de lã quanto para corte.
O produtor Geraldo da Paixão de Jesus, que trabalha com lãs finas, destaca a genética da raça Merino, que produz uma lã nobre. Segundo ele, é a genética do animal que determina esse tipo de produção.
“A minha cabanha tem 610 animais que produzem uma lã de 17 micra. Dessa lã de 17 micra é produzido o fio 120 ou 150, que é a lã fina. Desse fio, temos uma lã que dá para fazer a segunda pele; na Europa, usam muito a segunda pele. Essa lã aqui é a lã top do mundo. A mãe dessa raça, a produção dela em grande escala é na Austrália. E nós fomos buscar lá uma raça que se assemelha aos mesmos tipos de campos da Austrália, junto com o nosso clima”, explicou.
De acordo com o produtor, os cuidados com esses animais assemelham-se aos cuidados com outros animais, como bovinos, por exemplo. No entanto, o cuidado constante que eles necessitam é estar longe da presença de lobos ou cachorros.
“Produzo cerca de 300 cordeiros por ano. Mas o rebanho geral, se for maior, pode ficar no campo. Se for um campo que não tenha animais predadores, não há muitos problemas no manejo”.
A lã produzida pelo produtor é conhecida como uma lã fina muito procurada pelo mercado nos últimos tempos. “Essas outras lãs que você vê aí, ninguém quer nem de presente. Porque não há comércio desse tipo de lã”, lembrou.
