As importações do leite no mês de Abril, somaram 146,1 milhão de toneladas. O alto volume de importações desde o início do ano se tornou motivo de preocupação na cadeia leiteira.
O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, comentou a respeito do assunto. Segundo ele, o momento é complexo e o Brasil nunca importou tanto leite como nos últimos meses.
“Em Abril e Maio foram meses que bateram recorde na importação de lácteos, sobretudo o leite em pó do Mercosul, de países como Uruguai e Argentina, o que nos traz uma grande preocupação, já que entramos agora na entressafra com uma certa dificuldade, o consumo ainda não teve uma melhoria, a gente percebe que existe uma dificuldade de alavancagem no consumo dos lácteos e um excesso de importação de lácteos nesse momento traz uma certa apreensão grande para o setor, com possibilidade de crise”, ressalta.
O acordo do Brasil dentro do Mercosul, é extremamente vantajoso se tratando de várias cadeias, menos do leite, já que países como Uruguai e Argentina, tem conseguido entregar no Brasil, muito leite com um preço extremamente competitivo.
“A nossa cadeia leiteira sofre muito porque esses dois países mandam muito leite pra cá e eles tem realmente esse benefício com o Mercosul, possuem uma produção mais competitiva e conseguem colocar um preço mais barato do que o nós brasileiros produzimos. Não só em relação a produção, mas na industrialização, logística, temos dificuldades em comparativo com esses países”.
De acordo com o presidente dado o alto volume de importações nos últimos meses, cerca de 10% do leite consumido no Brasil, vem desses países. Borges ressalta que o Brasil precisa desenvolver uma competividade maior no setor. “Precisamos pensar que existem outros problemas que precisam ser discutidos, como o incentivo que a Argentina deu aos produtores de até 1.500 litros de leite/dia nos últimos três meses, que fez com que os produtores conseguissem colocar mais leite no Brasil a um preço menor do que o praticado em nosso mercado interno” finaliza.
