A agrometeorologista Ludmila Camperoto, da Rural Clima, trouxe perspectivas otimistas para a agricultura brasileira, especialmente nas áreas cafeeiras, com previsão de um verão com bons volumes de chuva. Em entrevista ao Play no Agro, ela detalhou os principais pontos de atenção para os produtores e os cuidados necessários devido ao clima, incluindo a influência da influência La Niña, que este ano será de baixa intensidade.
Bons volumes de chuva e temperaturas amenas
Segundo Ludmila, as expectativas de chuva são positivas para as principais regiões produtoras de café do Brasil, principalmente na divisão entre São Paulo e Minas Gerais, com um verão marcado por bons volumes de temperaturas e temperaturas abaixo do ano passado. “Teremos um primeiro trimestre de 2025 com chuvas bastante regulares sobre essas áreas cafeeiras”, destacou. As áreas do Paraná e da Bahia também devem se beneficiar, com chuvas frequentes, o que deve favorecer o desenvolvimento das lavouras.
Atenção ao manejo contra doenças no cafeeiro
Com o aumento das chuvas, o especialista alerta para o risco de doenças fúngicas nas lavagens de café, especialmente devido aos períodos úmidos combinados com temperaturas mais baixas. “Esse é um ponto de atenção, sim, porque para manejo os produtores vão ter que estar bastante atentos. É um prato cheio para doenças”, explicou Ludmila. Ela recomenda um cuidado especial com os tempos de aplicação de produtos preventivos para evitar perdas.
Seca e impactos nas lavouras brasileiras
A seca recente deixou um rastro de desgaste em muitos trabalhos, com impactos que podem ser observados na quantidade de flores e frutos que as plantas suportam. “Algumas de trabalho podem sofrer quedas de chumbinhos, e muito disso dependerão das condições nutricionais que foram mantidas”, pontuou Ludmila. Segundo ela, áreas com nutrição adequada devem suportar melhor a carga, mas outras, mais debilitadas, podem ter dificuldades em manter a produtividade.
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Expectativas para 2025 e o papel da La Niña
A La Niña prevista para o final do ano deverá ser fraca e de curta duração, impactando um pouco as chuvas nas áreas cafeeiras, mas ajudando a aquecer temperaturas próximas da normalidade para cada região. “Ela vem muito fraca e é uma La Niña de tiro curto, devendo retornar a uma condição neutra já durante o outono”, explicou Ludmila. A temperatura mais elevada do Atlântico na costa do Sudeste também está contribuindo para a umidade, favorecendo as chuvas na região central do Brasil.
Com um cenário que combina boas chuvas e temperaturas amenas, a expectativa é de que 2025 traga boas condições para o desenvolvimento das atividades de café no Brasil, com atenção redobrada ao manejo e à prevenção de doenças fúngicas durante o período mais chuvoso.
