A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) deu início, nesta semana, à implantação de 38 Unidades Demonstrativas (UDs) de cultivares comerciais e linhagens de arroz de terras altas em propriedades rurais localizadas em 15 municípios do estado de Minas Gerais. O propósito dessas iniciativas é promover o cultivo do arroz de terras altas em MG, proporcionando novas fontes de renda para os agricultores do estado.
Equipe composta por pesquisadores, extensionistas e estudantes realiza a implantação de uma das Unidades Demonstrativas, no Sul de Minas. Foto: Acervo Janine Guedes/Epamig
Essa ação é uma colaboração com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e o Programa “Melhor Arroz” da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Pesquisadores e estudantes vão monitorar a produtividade, adaptabilidade, desenvolvimento e lucratividade das variedades em várias regiões de Minas Gerais, incluindo o Sul de Minas, Vale do Jequitinhonha e Campo das Vertentes.
Um total de dez cultivares comerciais de arroz de terras altas serão avaliados em 30 propriedades rurais no estado. Além disso, oito propriedades nas mesmas regiões terão UDs para testar 18 linhagens do Programa de Melhoramento Genético de Arroz de Terras Altas, que podem, eventualmente, ser lançadas no mercado como novas variedades. Nessas unidades, características como altura, floração, resistência ao tombamento e potenciais problemas de doenças serão analisadas. O acompanhamento ocorrerá entre outubro deste ano e fevereiro de 2024, quando amostras serão colhidas para avaliação na UFLA.
O objetivo é identificar quais variedades se adaptam melhor às condições climáticas e do solo de cada propriedade, bem como quais respondem melhor às tecnologias disponíveis. No final do processo, os agricultores poderão tomar decisões informadas sobre qual variedade oferece o melhor custo-benefício para suas necessidades. Janine Guedes, pesquisadora da EPAMIG e uma das coordenadoras do projeto, destaca que nas UDs onde serão testadas as linhagens do Programa de Melhoramento, a equipe utilizará o Método de Melhoramento Genético Participativo (MGP), que busca replicar as condições reais dos agricultores, adaptando-se às tecnologias disponíveis em cada propriedade.
As Unidades Demonstrativas fazem parte de dois projetos de pesquisa financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig): “Desenvolvimento de novas cultivares e tecnologias inovadoras para a produção sustentável de grãos em Minas Gerais”, liderado pela pesquisadora da EPAMIG, Aurinelza Condé; e “Desenvolvimento e recomendação de cultivares de arroz de terras altas para o estado de Minas Gerais”, coordenado por Janine Guedes.
