As mulheres desempenham um papel essencial na cafeicultura brasileira, contribuindo de maneira significativa em todas as etapas do processo produtivo. Ao longo dos anos, houve um aumento significativo da participação feminina nesse setor, seja como produtoras, trabalhadoras rurais, empreendedoras ou líderes de cooperativas e associações. As mulheres trazem consigo habilidades e perspectivas únicas, agregando valor e promovendo a sustentabilidade nas comunidades cafeeiras. Além disso, têm desempenhado um papel fundamental na adoção de práticas sustentáveis, na diversificação de culturas e na implementação de projetos sociais. De acordo com Nilda Ferreira, presidente da Epamig, é muito importante reconhecer e valorizar a contribuição das mulheres na cafeicultura para fortalecer o setor, promover a igualdade de gênero e impulsionar o desenvolvimento econômico e social das comunidades envolvidas.
“A mulher vem ocupando o espaço por sua potencialidade, por sua capacitação. Essa capacitação naturalmente leva as mulheres à possibilidade de comando, de gestão. E claro, reconhecemos que elas não estão sozinhas. Acredito que estamos ombro a ombro. O masculino e o feminino aprenderam a caminhar juntos.”
Em entrevista ao portal Play no Agro, durante a 26ª Expocafé de 2023, Nilda destaca que há quase 50 anos ela é a primeira mulher a assumir a gestão da instituição. Ela reforça que as mulheres são responsáveis por agregar valores aos produtos.
“Se você observar uma pequena propriedade, a mulher é aquela que pega o produto e transforma em valor. Com o leite, elas fazem o queijo; com as frutas, elas fazem as frutas cristalizadas para vender, além do próprio café especial. Muitas mulheres estão produzindo cafés especiais.”
Uma pesquisa feita pela illycaffè em parceria com a FIA Business School apontou que atualmente existem cerca de 30 mil mulheres à frente dos negócios na cafeicultura brasileira. Além disso, o levantamento mostrou que esse número representa 13,2% da produção nacional, ocupando 815 mil hectares, o que corresponde a 9,1% do total da área de produção de café do Brasil. Os dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) mostram que a cafeicultura está presente em 34 regiões brasileiras.
As mulheres não estão apenas no campo; elas também desenvolvem trabalhos da porteira para fora, como na comercialização, na exportação, na cotação e nas negociações em geral.
