Desafios climáticos devem persistir na cafeicultura em 2024

por | nov 22, 2023 | Agropecuária Destaques, Café, Previsão do tempo, PREVISÃO DO TEMPO, Previsão do tempo Destaque | 0 Comentários

A cafeicultura brasileira enfrenta, há três anos, uma série de desafios impostos pelas intempéries climáticas. Seja pela seca, geada, granizo ou, mais recentemente, pelas altas temperaturas decorrentes do fenômeno El Niño, os produtores vêm sofrendo prejuízos contínuos devido às condições climáticas adversas. Essas mudanças climáticas têm impactado significativamente a cafeicultura brasileira, com eventos extremos se tornando mais frequentes e imprevisíveis.

Em uma análise sobre a safra de 2024, a incerteza paira sobre a produtividade, deixando os produtores em alerta. A constante variação climática tem se mostrado uma ameaça persistente, e a atual temporada não é exceção. “O cenário climático atual gera preocupações substanciais em relação à safra de 2024. A cafeicultura brasileira está enfrentando desafios significativos”, acrescenta Antonio.

As previsões de Marco Antonio, da Rural Clima, por exemplo, abrange os próximos dois meses (dezembro e janeiro), e oferecem um vislumbre do que podemos esperar. “Apesar da continuidade do El Niño, observamos sinais de um enfraquecimento gradual do fenômeno ao longo do outono. No entanto, nos próximos dois meses, a intensificação do El Niño resultará em chuvas mais frequentes nos próximos 120 dias”, explica o agrometeorologista.

Apesar dessa perspectiva de chuvas mais frequentes, os volumes continuarão irregulares, com frentes frias passando com maior frequência pela região Sudeste. Isso, por sua vez, tende a normalizar as temperaturas nas regiões cafeeiras, embora permaneçam elevadas.

A nova realidade do cafeicultor, é a necessidade de se adaptar a essas inconstâncias. “Mesmo com a maior frequência de frentes frias, não podemos descartar a possibilidade de semanas de tempo mais firme e novos picos de temperaturas extremas”, alerta Marco Antonio.

E as temperaturas elevadas, associadas ao fenômeno El Niño, continuarão a impactar as regiões cafeeiras. “Esses picos de temperaturas elevadas estão intrinsecamente ligados ao El Niño e persistirão até que o fenômeno perca força”, acrescenta Antonio.

Diante desse cenário desafiador, os cafeicultores brasileiros enfrentam uma encruzilhada, tendo que equilibrar as práticas tradicionais com as demandas impostas pelas mudanças climáticas. As próximas semanas serão cruciais para a tomada de decisões estratégicas visando a minimização de perdas e a maximização da resiliência do setor cafeeiro brasileiro.

 

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