Em 2023, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais divulgou um boletim técnico sobre o projeto de avaliação de 10 cultivares de café arábica na região do Sul de Minas Gerais. As unidades demonstrativas foram instaladas entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, nos municípios de Alpinópolis, Botelhos, Cabo Verde, Campestre, Campos Gerais, Conceição da Aparecida, Monte Belo, Muzambinho, Nova Rezende e São Pedro da União.
Segundo a Epamig, foram avaliadas as produtividades dos cafés GS Catucaí Pioneira, MGS Paraíso 2, MGS Ametista, MGS Aranãs, MGS Catiguá 3, Catiguá MG2, Catuaí Vermelho IAC 99, Pau Brasil MG1, Paraíso MG H419-1, Bourbon Amarelo IAC J10 nas safras de 2021 e 2022, com avaliação física e sensorial dos grãos.
Dos dez tipos avaliados, as que mais se destacaram no Sul de Minas foram o MGS Catucaí Pioneira, que ficou entre as três melhores em sete dos dez municípios avaliados, MGS Ametista entre as três melhores em seis municípios, e MGS Paraíso 2 entre as três melhores em cinco municípios avaliados. Na análise sensorial, a MGS Paraíso 2 obteve as maiores pontuações devido à estabilidade de comportamento.
Segundo o pesquisador em Cafeicultura da EPAMIG e coordenador do projeto, César Botelho, o acompanhamento dos cultivares continua, e o cultivar que mais se destacou foi o Paraíso 2. “Tanto no Sul de Minas como no cerrado, dos trabalhos de unidades demonstrativas, o cultivar que realmente se destacou nos resultados foi o Paraíso 2, com uma procura muito grande de sementes e mudas nos últimos anos. A partir desses resultados, estamos observando uma ampliação das áreas com esse cultivar, com uma aceitação muito grande.”
MGS Aranãs
Outro destaque do cultivar é a MGS Aranãs, que tem uma demanda em algumas regiões. “Acredito que a cultivar pioneira vai crescer no Sul de Minas, mas ainda não temos capacidade suficiente para fornecer sementes”, explicou César Botelho.
O coordenador do projeto que avaliou as cultivares de café no Sul de Minas ainda explica que, com os resultados, é possível ter uma boa compreensão do comportamento em termos produtivos dos cultivares e fornecer uma indicação com segurança.
Em conversas com os produtores que participaram do projeto, eles relataram que foi uma grande oportunidade conhecer as cultivares, além de receber visitas para observar o comportamento, a produtividade e os resultados. “Isso é muito importante para o nosso trabalho, esse conhecimento de cultivares em diferentes ambientes, e os produtores vendo e tomando a decisão de plantar novos cultivares”, explicou Botelho.
