A colheita de soja no Brasil atingiu 73,62% da área total na última semana de março, apresentando um número menor ao registrado nos anos anteriores para o mesmo período. Segundo a Pátria Agronegócios, até 29 de março, o estado mais avançado na colheita é o Mato Grosso, com 99,10% colhido, enquanto o Rio Grande do Sul registra o menor percentual, com apenas 8,90%.
Matheus Pereira, analista de grãos, atribui esse cenário às chuvas intensas que ocorreram em grande parte das regiões produtoras brasileiras ao longo da semana. Essas condições climáticas limitaram o avanço dos trabalhos, prejudicando a qualidade dos grãos nas áreas já prontas para colheita. “Há relatos, como em Goiás e Tocantins, de atraso no ciclo da soja devido às condições adversas, como baixa luminosidade e chuvas incessantes nos últimos 40 dias, o que reduziu a taxa fotossintética. Como resultado, a maturação da planta está atrasada em média de cinco a sete dias, de acordo com os relatos”.
A preocupação persiste devido às chuvas, principalmente durante o período de maturação, quando a soja entra em desfolha e os grãos precisam secar para a colheita. No entanto, as expectativas para o mês de abril são de um volume recorde de áreas a serem colhidas.
“A colheita de soja já está na reta final, com cerca de um quarto ainda a ser colhido no Brasil. É curioso observar que nunca houve tanto volume de soja a ser colhido no mês de abril, devido aos atrasos causados tanto pela seca e calor em outubro e novembro, que prejudicaram a semeadura da soja, resultando no adiamento do plantio”, explicou Matheus.
