O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, compartilhou seu relatório semanal que revela projeções para o faturamento bruto dos Cafés do Brasil no ano-cafeeiro de 2023. As estimativas apontam para um montante de R$ 48,79 bilhões, um decréscimo de aproximadamente 9,22% em comparação ao valor registrado no ano anterior, que alcançou R$ 52,90 bilhões.
Considerando as diferentes espécies de café, o faturamento previsto para 2023 para o café arábica (Coffea arabica) é de R$ 37,92 bilhões, representando 77,72% do total projetado. Por outro lado, para o café robusta+conilon (Coffea canephora), a estimativa é de R$ 10,87 bilhões, equivalente a 22,28% do montante total.
A análise revela que o café arábica apresentou uma diminuição de 9,42% na receita estimada para o ano-cafeeiro de 2023 em comparação com 2022. O café robusta+conilon também enfrentou uma redução, calculada em aproximadamente 8,59%, na mesma base comparativa.
Essas oscilações, em termos gerais, podem ser atribuídas à natureza variável da produção de café no Brasil, que está sujeita a influências anuais e fatores diversos. A bienalidade, por exemplo, exerce um papel significativo, especialmente no café arábica, onde ocorrem oscilações entre anos de maior e menor produção. Fatores climáticos e flutuações nas cotações do produto também impactam nos cálculos do Valor Bruto da Produção (VBP).
Essas análises sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) dos Cafés do Brasil em 2023 são divulgadas pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Esses dados são baseados no VBP de julho de 2023, um relatório mensal elaborado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Vale destacar que o VBP se baseia no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os preços médios recebidos pelos produtores servem de base para esse estudo, usando como referência o café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e, no caso do café robusta, o tipo 6, peneira 13 acima com 86 defeitos. As cotações desses cafés consideram os preços médios recebidos pelos produtores de janeiro a julho de 2023.
Os Cafés do Brasil são cultivados em todas as cinco regiões geográficas do país, abrangendo dezesseis estados da Federação, incluindo o Distrito Federal. Um panorama da receita bruta estimada para essas regiões revela que a Região Sudeste lidera, com um VBP-Café calculado em R$ 42,79 bilhões, representando 87,70% do faturamento total. A Região Nordeste ocupa a segunda posição, com estimados R$ 2,50 bilhões (5,12%), seguida pela Região Norte, cuja receita bruta de R$ 2,41 bilhões equivale a 4,93% do total.
Na quarta colocação do VBP-Café, surge a Região Sul, com R$ 680,82 milhões, equivalente a 1,39% do total nacional. Por último, a Região Centro-Oeste fecha o ranking com um faturamento bruto estimado de R$ 399,59 milhões, representando cerca de 0,82% do VBP do ano-cafeeiro de 2023.
Completando essa análise, os seis maiores estados produtores de café no Brasil são categorizados pelo VBP-2023. Minas Gerais lidera, com a produção estimada em R$ 28,21 bilhões, representando 57,81% do faturamento nacional. O Espírito Santo segue em segundo lugar, com uma estimativa de R$ 9,58 bilhões, equivalente a 19,65% do total. São Paulo ocupa a terceira posição, com estimados R$ 4,68 bilhões, representando 9,59% da mesma base comparativa. Bahia fica em quarto lugar, com estimativa de R$ 2,48 bilhões (5,08%). Rondônia, em quinto, projeta R$ 2,32 bilhões (4,75%). Por fim, o Paraná fecha o ranking, com estimados R$ 680,82 milhões, correspondendo a cerca de 1,39% do VBP-Café 2023.
