As importações brasileiras de lácteos continuam a subir, registrando um aumento expressivo de 37,43% em julho em comparação a junho. Esse volume foi 35,27% superior ao mesmo período do ano passado, refletindo um cenário desafiador para o setor. As exportações de leite em pó também mostraram crescimento significativo, disparando 97,98% em relação ao mês anterior e 58,05% no comparativo anual. Como resultado, o déficit da balança comercial em volume cresceu 35,7% de junho para julho, alcançando aproximadamente 241 milhões de litros em equivalente leite, o que gerou um saldo negativo de US$ 99 milhões.
Recuperação na oferta Impulsiona leve alta no preço ao produtor
Em junho, o preço do leite captado subiu pelo oitavo mês consecutivo. No entanto, a alta em comparação a maio foi modesta, de apenas 1,3% em termos reais, fazendo com que a “Média Brasil” ficasse em R$ 2,7524/litro – 3,25% maior do que a registrada em junho do ano passado. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula um avanço real de 32,1%. Ainda assim, a média real do primeiro semestre, de R$ 2,46/litro, permanece 14,3% abaixo da registrada no mesmo período de 2023 (valores ajustados pelo IPCA de junho).
Queda nos preços dos derivados em Julho
Em julho, os preços dos derivados lácteos comercializados no estado de São Paulo apresentaram recuo, reflexo de uma demanda levemente desaquecida e da dificuldade das indústrias em repassar o aumento da matéria-prima aos canais de distribuição. Segundo pesquisa do Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o leite UHT sofreu uma desvalorização de 5,68% em relação a junho, enquanto a muçarela caiu 2,03% em termos reais (deflacionados pelo IPCA de julho/24), com as médias passando para R$ 4,51/litro e R$ 31,42/kg, respectivamente.
Custos sobem levemente, mas margens permanecem positivas
Mesmo com o aumento dos custos de produção da atividade leiteira de junho para julho, as margens dos pecuaristas continuam positivas, sustentadas pela elevação das cotações do leite. Em julho, o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,62% em relação ao mês anterior na “Média Brasil” (bacias de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). Esta é a terceira alta consecutiva dos custos de produção; no entanto, no acumulado do ano, o COE registra uma queda de 0,68%.
