Chuva no Sul provoca quebra de safra de trigo 2023/24

por | nov 21, 2023 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques, Trigo | 0 Comentários

A estimativa de produção brasileira de trigo na safra 2023/24 teve uma quebra significativa confirmada causada pelas chuvas. Segundo a StoneX, na revisão de novembro, foram mais de 1 milhão de toneladas de corte em relação ao número divulgado em outubro, o que significa 10,5 milhões de toneladas para os atuais 9,28 milhões de toneladas.

“As chuvas contínuas no Rio Grande do Sul irão prejudicar a qualidade de grande parte do que será colhido, situação que se repete na região oeste catarinense, que deve ter uma colheita tardia em relação aos seus vizinhos. No Paraná, a situação também é delicada. A região centro-sul do estado, Campos Gerais, teve chuvas com volumes elevados a partir do momento de início da colheita, além de alagamentos que colaboraram para a redução do potencial de produção desta área”, explica o consultor em gerenciamento de riscos do grupo, Jonathan Pinheiro.

As entregas também devem ser afetadas devido aos cortes previstos na oferta, já que os preços elevados dificultam as transferências. O Rio Grande do Sul, por exemplo, não deverá cumprir suas entregas para outros estados do país e contará com dificuldade na transferência de oferta do Paraná, porém os leilões de subvenção podem colaborar para o envio desta oferta para demais regiões.

O ajuste no balanço da oferta ainda ascende a necessidade de aumento das importações, como na região nordeste, que possui menos acesso a um trigo de qualidade em relação à região sul, e deverá buscar mais trigo no mercado internacional, enquanto a região sul também necessitará volumes consideráveis de importação, devido à baixa oferta de trigo de qualidade superior. Com isso, o Brasil volta a uma média de importação próxima dos últimos cinco anos, acima de 6 milhões de toneladas, porém, nos últimos anos em que o país importou estes volumes, a produção estabeleceu-se abaixo dos 6 milhões de toneladas.

Já em relação às exportações, a estimativa se manteve em 1,86 milhões de toneladas. “O mercado busca escoar grande parte deste trigo de qualidade inferior, destinado a ração, para o mercado internacional, que possui preços competitivos e demanda no exterior. Ainda assim, há preocupações quanto à logística e a disponibilidade de janela portuária, considerando os volumes recordes de exportação de soja para o Rio Grande e de milho pelo Paraná”, explica o consultor Pinheiro.

O grupo StoneX ainda destaca que não estão descartados novos ajustes e cortes, considerando preços mais elevados, margens apertadas e eventual aumento da demanda pelo consumo de trigo para ração.

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