Vinho de variedade brasileira chega ao mercado

por | set 29, 2022 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques | 0 Comentários

Lançada em 2019, a uva BRS Bibiana acaba de gerar os primeiros vinhos disponíveis no mercado. As bebidas estão sendo comercializadas por três vinícolas familiares da Serra Gaúcha: Casa Zottis, Vinícola Cainelli e Vinícola Buffon. Desenvolvida pelo programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil”, da Embrapa, a BRS Bibiana apresenta alta produtividade e requer menos tratamentos fitossanitários, gerando mais sustentabilidade ambiental e economia ao produtor. A uva ainda tem excelente potencial enológico e é adaptada às condições do clima subtropical úmido da Serra Gaúcha.

A BRS Bibiana é uma uva branca, resistente às podridões de cacho, especialmente pelo fato de que os cachos são soltos e não compactos. O vinho elaborado apresenta perfil sensorial similar às uvas europeias com nível de açúcar, na maturação, em torno de 21 graus Brix e acidez variando de 100 a 120 miliequivalentes (mEq) por litro.

O melhoramento das uvas do Brasil

O programa de melhoramento genético de videiras da Embrapa “Uvas do Brasil” tem contribuído, ao longo de mais de 45 anos, com uma vitivinicultura mais sustentável a partir da oferta de novas cultivares. O processo de melhoramento busca cultivares, sobretudo, tolerantes às principais doenças. Com isso, há a possibilidade da utilização mais racional de insumos que resultam em uvas que recebem menos aplicações de fungicidas e cujos custos de produção são relativamente menores.

“Ao planejar um novo cruzamento, recorremos à nossa coleção de 1,5 mil tipos de uvas disponíveis no banco ativo de germoplasma de uvas, que já foram avaliadas quanto às características agronômicas e outras, como qualidade do mosto, com o objetivo de selecionar os progenitores e iniciar o desenvolvimento de uma nova cultivar”, explica Patrícia Ritschel, pesquisadora na área de melhoramento da Embrapa.

Ela conta que, desde 1977, o programa já lançou 21 cultivares; destas, três são consideradas tolerantes: a BRS Lorena, a BRS Margot e a BRS Bibiana, no segmento de vinhos, que remetem aos produtos elaborados com uvas europeias. A pesquisadora explica que o foco é desenvolver cultivares que sejam competitivas no mercado e agreguem valor aos produtos e renda para os produtores.

 

BRS Bibiana:

Lançada em 2019, a uva BRS Bibiana tornou-se matéria-prima de vinhos de qualidade de três vinícolas familiares da Serra Gaúcha.

Bebida produzida apresenta aroma fino, notas de frutas tropicais e ervas, com sabor delicado.

Uva requer menos tratamentos fitossanitários e é resistente à podridão-cinzenta e à podridão ácida.

Menor necessidade de insumos fitossanitários promove maior sustentabilidade ambiental e mais economia ao produtor.

Cultivar apresenta alta produtividade e produz frutos com elevados níveis de acidez e açúcar.

BRS Bibiana tem nome inspirado em personagem do romance O Tempo e o Vento, do escritor gaúcho Érico Veríssimo.

 

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