SAFRINHA: Na expectativa da colheita, produtores temem geada

por | maio 18, 2022

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Muitos produtores devem começar a colheita da safrinha dentro de algumas semanas. Este ano o Brasil estima recorde de produção devido ao aumento de área plantada nas principais regiões produtoras do país. Mas o grande temor nesse primeiro momento é com a possibilidade de geada em algumas regiões, a queda de temperatura sinalizada para as próximas semanas acende um alerta entre os produtores, conforme explica o consultor de mercado Vlamir Brandalize.

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“Precisamos saber o que vai acontecer nas próximas duas semanas. Existe um risco muito grande de geadas no Paraná. As lavouras do Paraná são as que estão em melhores condições no Brasil esse ano. Foram plantadas no período certo, no mês de fevereiro, um período considerado cedo e vinham bem até agora. As lavouras estão excelentes, o problema é esse risco de geadas que podem pegar as lavouras e causariam problemas de perdas grandes, porque as lavouras estão em fase de formação de espiga e enchimento de grãos. Talvez possa até atingir a produção nacional”.

No entanto, o especialista relata que mesmo com a geada chegando ao Paraná e afetando a produção nacional, ainda assim o estado deve colher no mínimo 75 milhões de toneladas de milho. Ainda segundo ele, a safrinha deve fechar com mais de 80 milhões de toneladas, o que é considerado um excelente número, destacando o aumento no consumo e a reserva desses grãos para exportação, colocando o Brasil como o segundo maior exportador do mundo.

“Mesmo que tenha geada no Paraná, certamente a safrinha será muito maior que o ano passado. Eu acredito ainda que mesmo com uma geada fraca, o número final da safrinha deve passar de 80 milhões de toneladas. É um bom volume né?! Lembrando que teremos um consumo de milho de 40 milhões de toneladas, então vai sobrar ai cerca de 40 milhões para a exportação”.

E a questão climática foi um dos maiores impasses em relação ao mercado do milho nos últimos meses. Segundo Vlamir, a preocupação é válida, tanto que os negócios seguem paradas por conta da incerteza em campo com a possibilidade de geada. “Se vier a geada teremos perda na qualidade e produtividade. Porque quando o milho recebe geada, ele não dá um milho de qualidade muito boa para a exportação e fica para o mercado interno. É um milho de qualidade menor, com uma durabilidade não muito grande, como o milho de ciclo normal”, explica.