Projeções e desafios para o setor do algodão em 2025

por | fev 6, 2025

O setor do algodão se prepara para enfrentar novos desafios em 2025, após um ano de recordes em 2024. Segundo o Agromensal, divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produção global da fibra cresce mais rapidamente do que a demanda, enquanto o aumento dos custos de produção supera a alta nos preços de venda para a nova temporada.

A economia mundial segue com perspectivas de crescimento semelhantes às de 2024. O petróleo, por sua vez, está sendo negociado a preços inferiores aos do ano passado, o que pode beneficiar as fibras sintéticas. Além disso, os contratos futuros da pluma indicam uma expectativa de estabilidade para o mercado em 2025.

Com a produção recorde de algodão no Brasil em 2024, será necessário manter os embarques em níveis elevados, segundo o Cepea. O algodão brasileiro se consolidou no mercado internacional, destacando-se por fatores como sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade, capacidade logística e preços competitivos, especialmente com a desvalorização do real em relação ao dólar.

Perspectivas para a safra 2024/25

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada na safra 2024/25 deve crescer 3,2% em comparação com o ciclo anterior, alcançando 2,006 milhões de hectares. A produtividade, no entanto, foi estimada em 1.845 kg por hectare, uma redução de 3,1% em relação ao ano passado. A produção total foi projetada em 3,7 milhões de toneladas, volume estável em relação à safra anterior.

Em termos de oferta global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê um aumento de 5,7% na produção mundial para a safra 2024/25, totalizando 26,007 milhões de toneladas. O Brasil e os Estados Unidos devem registrar, respectivamente, aumentos de 16% e 19,5% em relação à safra 2023/24.

Quanto ao consumo global, estima-se um crescimento de 1,4%, alcançando 25,233 milhões de toneladas. Assim, a oferta deve superar a demanda em 3,07% durante a temporada 2024/25, e a relação estoque/consumo deve ser de 67,2%.