Manejo diferenciado chama atenção e queijo com receita europeia ganha prateleiras da região

E do alto das montanhas gerais, um cultivo não muito comum, com um manejo diferenciado tem roubado a atenção de muitos produtores. Estamos falando da criação de caprinos no Sul de Minas. A região já é conhecida por compor a maior bacia leiteira do Brasil e agora entrega lácteos dessa nova cultura. Na cidade de Monsenhor Paulo, na Fazenda Terra Nostra, o produtor rural Marcel Stefan Elofsson de Rezende, deu início a criação dos animais. Segundo ele, o Sul de Minas possui um terroir perfeito para a criação. Ele destaca inclusive que o clima de montanha tem colaborado muito.
Ao lado de sua esposa Claudia Borges Dauzcuk, ele trouxe o cultivo do Rio de Janeiro para a região. E além da criação de caprinos, aqui também teve a oportunidade de investir na produção do queijo de cabra. O laticínio é um dos maiores projetos da fazenda, que já comercializa o queijo em estados como, Rio de Janeiro, São Paulo além das cidades vizinhas. Claudia conta que começou com uma produção pequena, tirando leite de três cabras e com a venda do queijo somente para amigos. “Como a demanda foi aumentando e o pessoal começou a visitar as cabras, a gente resolveu investir no negócio por ver uma boa rentabilidade. A parti daí fomos aprimorando e buscando mais qualidade”.

Você conhece um capristo elevado?
A técnica foi buscada pelos produtores como forma de ter o melhor controle sanitário dos animais. Por ser elevado, a limpeza do ambiente e a separação de cada uma delas é facilitada, conforme explica o produtor Marcel. “O investimento do capristo elevado é um pouco mais alto, mas desde o início percebemos a importância do manejo diário e nós temos automatizado tudo que é possível, para podermos nos concentrar na qualidade e saúde dos nosso animais e no cuidado com nosso leite. Esse capristo elevado ajuda muito porque o chão ripado, e o esterco todo desce, cai e depois é reutilizado na adubação da nossa terra. Então a área o ambiente delas fica muito mais limpo em comparação ao convencional”.

E o capristo elevado também faz parte do manejo diário com as vacas, já que facilita a separação de cada uma delas de acordo com o ciclo que estão vivendo. “Para cada estágio temos um tipo de concentrado, por exemplo, um animal em lactação tem um concentrado diferente de uma novilha. E tudo nós fazemos aqui e planejamos para ela. Tudo que tinha de melhor no mercado eu queria oferecer para ela e por isso temos um pasto diferenciado aqui, com Uri, Aruana, Chifton e nossa mata nativa, isso é o que dá a nossa qualidade de leite”, explica o produtor.

Laticínio do leite de cabras
E no laticínio a produção do queijo Bourssin, marinado no azeite extra virgem com pimenta rosa ou ervas de provance, tem feito sucesso na região. Ainda está na cartela dos produtores, a pasta pura fresca de Boursin e o queijo Feta Grego. “O processo de fabricação é similar ao queijo convencional, o que diferencia é o período de curtição, corte e soro. Esse queijo é muito especial, é um dos mais famosos na França e em toda Europa. Um Boursin de qualidade tem que ter uma cremosidade como se fosse uma massa corrida. No Brasil isso é novidade e ficamos felizes em progredir com essa produção no Sul de Minas”.

