A produção mundial de trigo para a safra 2023/24 deve ser inferior à da temporada anterior. Segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, após as altas expressivas nos preços em 2022, a área plantada com trigo aumentou em 2023. Contudo, devido a problemas climáticos, a produtividade foi menor, o que resultou em uma redução significativa na produção da temporada.
Além disso, segundo as estimativas da Conab, a produção no Brasil deverá totalizar 8,09 milhões de toneladas na safra atual, representando uma queda de 23,3% em relação ao recorde da temporada passada, que alcançou 10,55 milhões de toneladas. Apesar disso, ainda é a segunda maior produção histórica nacional e o ano de 2024 se inicia com um dos maiores volumes de trigo já registrados no país.
Em relação à importação, os dados da Conab mostram que foram importadas 6,2 milhões de toneladas de trigo no período de agosto de 2023 a julho de 2024, um aumento de 37,3% em comparação com a temporada passada. Em contrapartida, o volume exportado deverá diminuir, passando para 2 milhões de toneladas (entre agosto de 2023 e julho de 2024), o que representa uma queda de 24,7% em relação à safra anterior. Essa situação poderá impulsionar os negócios com a Argentina, que atualmente é a principal origem do trigo importado pelo Brasil.
Para a próxima safra, a previsão é de aumento na produção de trigo no país em 2024, desde que os produtores mantenham a área destinada ao cereal. Além disso, se o clima for favorável ao desenvolvimento da cultura no próximo ano, a produção nacional poderá superar a safra recorde de 2022. Se esse cenário se confirmar, espera-se que o volume de importação seja reduzido no segundo semestre, e o Brasil poderá se consolidar como um importante player nas transações de trigo.
