Preço do café bate mais um recorde e pode aumentar

por | fev 5, 2025

O mercado de café registrou um recorde histórico nesta quarta-feira, com o preço do mercado físico atingindo R$ 2,7 mil por saca. O gerente da Mesa de Operações da Cooperativa Minasul, Heberson Vilas Boas, explicou os motivos dessa disparada e indicou que a tendência de alta pode continuar nos próximos dias.

“A tendência no curto prazo ainda é de alta. O que está acontecendo é uma demanda forte. O consumo está ignorando o preço, por enquanto”, afirmou Heberson. Ele destaca que o mercado segue aquecido e que os compradores estão dispostos a pagar valores elevados pelo grão. “O comprador quer comprar a qualquer preço, só que não tem vendedor”, acrescentou.

A Bolsa de Nova York refletiu esse movimento com uma alta expressiva de 1.700 pontos, levando a cotação do café a US$ 4 por libra-peso, um patamar histórico. Segundo Heberson, a velocidade dessa valorização surpreendeu. “Nos últimos 20 dias, o mercado subiu muito rápido, com uma força extraordinária”, analisou.

A escassez de oferta no curto prazo é um dos fatores que sustentam essa escalada. Os produtores que ainda possuem estoque estão segurando as vendas, aguardando novas oportunidades e monitorando a próxima safra. “Poucos têm café hoje, mas quem tem está aproveitando. É um preço que rentabiliza extraordinariamente, algo que ninguém esperava”, ressaltou.

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Para o futuro, a incerteza climática nos países produtores é um fator crucial. Caso as condições sigam desfavoráveis, a tendência de alta pode se estender por mais tempo. “Estamos falando de um mercado firme para dois, talvez três anos. Se o clima favorecer a produção, o preço pode voltar a cair, mas isso não será rápido”, ponderou Heberson.

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Com a atual dinâmica de mercado, há projeções de que o preço ao produtor possa atingir R$ 3 mil por saca nos próximos dias. Enquanto isso, os cafeicultores devem avaliar estratégias para aproveitar o momento de valorização histórica.