Mês de fevereiro deve ser de chuvas recorrentes no café

por | jan 28, 2025

Em janeiro, o clima nas regiões cafeeiras do Brasil apresentou variações de temperatura e volume de chuva, com reflexos diretos na produção do grão. A agrometeorologista Bruna Peron analisa os fenômenos climáticos do mês passado e o que os produtores podem esperar para fevereiro, que promete seguir um padrão semelhante.

Temperaturas em Janeiro: As regiões cafeeiras de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais registraram períodos de temperaturas elevadas, mas sem prolongamento significativo. Isso fez com que, na média, as temperaturas ficassem ligeiramente abaixo das expectativas para o mês. “Durante o mês de janeiro, a média das temperaturas para essas áreas variou entre 26°C e 29°C”, explica Peron.

Em contraste, o Paraná e o sul de São Paulo vivenciaram um cenário diferente, com temperaturas mais altas e mais dias de calor. “A média nas regiões do Paraná e sul de São Paulo variou entre 28°C e 32°C”, comenta a especialista. Já em Rondônia, as condições climáticas se mostraram atípicas, com um período de chuvas intensas e muitos dias de céu nublado, o que manteve as temperaturas abaixo dos 30°C.

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Expectativas para Fevereiro:  A previsão para fevereiro aponta para um cenário climático semelhante ao de janeiro. Bruna Peron afirma que o padrão de temperaturas continuará em linha com o observado anteriormente. “Entre uma chuva e outra, há condições para temperaturas mais elevadas, porém há uma tendência para chuvas mais recorrentes ao longo de fevereiro, o que indica uma condição para temperaturas mais amenas durante o mês”, afirma a agrometeorologista.

Volume de chuva nas regiões produtoras: Em relação ao volume de chuva, janeiro trouxe chuvas frequentes para várias regiões cafeeiras, principalmente nas áreas que se encontram nos corredores de umidade. Para Rondônia, Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Espírito Santo, os volumes de chuva variaram entre 250 mm e 350 mm, o que favoreceu o desenvolvimento das lavouras. “Essas regiões estão localizadas nos corredores de umidade, e em janeiro esses corredores foram frequentes, trazendo chuvas constantes”, diz Peron.

No entanto, para a Mogiana Paulista e o Triângulo Mineiro, os volumes foram mais modestos, variando entre 100 mm e 200 mm. Mesmo assim, as chuvas foram suficientes para manter a vegetação bem hidratada e as lavouras em desenvolvimento.

Temperaturas em Fevereiro: o que esperar? 

Embora as temperaturas ainda possam apresentar picos mais elevados nos intervalos entre as chuvas, a previsão é de que, no geral, o clima em fevereiro se mantenha mais ameno.

“As temperaturas ainda poderão permanecer ligeiramente mais elevadas, especialmente nos intervalos entre as chuvas. No entanto, no geral, esperamos temperaturas ligeiramente abaixo da média novamente, principalmente nas regiões do Triângulo Mineiro, Mogiana Paulista, Espírito Santo, Rondônia e Sul de Minas, onde há condições para chuvas recorrentes ao longo do mês de fevereiro”, conclui Bruna Peron.

Com essas previsões, os produtores devem estar preparados para um fevereiro com clima mais instável, com chuvas recorrentes e temperaturas amenas, o que pode favorecer o desenvolvimento das lavouras e ajudar a manter o equilíbrio nas áreas cafeeiras do Brasil.