
O alto preço do leite nas gôndolas dos supermercados tem sido provocado pela queda significativa da produção. De acordo com o Valter Galan, Sócio da empresa Milk Point, o primeiro trimestre do ano teve 10,3% menos produção comparado com o mesmo período do ano passado. Durante todo o ano de 2021 foi registrado uma rentabilidade negativa para o produtor rural que se estendeu até o início de 2022. E esse é um dos motivos que vem influenciando nos preços.
Outro fator a ser considerado é o baixo volume de importações e a economia brasileira que não vai muito bem. E para cadeia produtiva é um desafio muito grande manter o consumo com os preços tão altos.
Em busca de alternativas os produtores tem aproveitado o preço significativo do arroba do boi e isso diminui as vacas em lactação que são direcionadas para corte fazendo produtores de leite saírem da atividade.

“Para quem fica o custo de produção está elevado e assusta o setor. Antes apenas soja e milho apresentavam alta, hoje praticamente todos os insumos estão bem mais caros e para completar, os problemas climáticos em algumas regiões importantes como o Sul do Brasil, que teve ocorrências de falta de chuva, comprometeu o plantio de silagem além de forrageiras de inverno.”
Segundo levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea – o leite vendido em junho e pago ao produtor em julho deve chegar a média de R$2,80. Já o HT está sendo vendido pela indústria e ao varejo por R$ 5,60 a R$ 5,70. A muçarela a R$ 40,00. Esses valores são considerados recordes dos últimos anos.
E para o próximo semestre, Valter afirma que os preços mais altos possibilitam um volume considerável nas importações. E a expectativa é de que a produção possa reagir lentamente devido as condições de rentabilidade baixa e a base produtiva que são as vacas estarem em número menor. Mas existe a possibilidade de observar um segundo semestre com um pouco mais de leite. E a partir de agosto os preços podem sofrer uma pequena queda.

