Integração lavoura e pecuária garantem maior sustentabilidade em campo

por | set 15, 2023 | Boi gordo, Carnes, Editoria Especial, Editoria Especial Destaque, Leite | 0 Comentários

Desde o ano passado, muitos produtores brasileiros têm se preocupado com o Pacto Verde lançado pela União Europeia. O pacto se trata de uma nova legislação que proíbe a importação de produtos que venham de áreas de desmatamento. A legislação atinge diretamente a pecuária brasileira, que deve exportar somente este ano mais de três milhões de toneladas de carne bovina, por exemplo.

Mas não é de hoje que a pecuária brasileira vem se adaptando aos novos padrões de produção. Um exemplo disso está na região de Uberaba, um polo da pecuária de corte e de leite no estado de Minas Gerais.

 

 

 

 

 

 

 

Na região, muitos produtores já vivenciam técnicas de manejo mais sustentáveis nas propriedades. Em Perdizes, no Sítio Santa Luzia, o produtor Luiz Roberto Borges explica que herdou a atividade leiteira do pai, que muitos anos atuou no setor. As novas técnicas implementadas no sítio garantiram a recuperação das pastagens degradadas e aumento de produtividade. “Começamos a abrir a mente e entender que a integração é a base de tudo. Porque você faz a integração consorciada com o milho, você coloca duas culturas em uma área só, e o custo disso se torna mais barato. Você tem uma produtividade muito melhor sem agredir o meio ambiente e tendo uma pastagem de qualidade”, explica.

Esterqueira na atividade pecuarista – O produtor ainda destaca que na ponta da caneta, a economia também foi grande com as novas práticas, já que a implantação de uma esterqueira colaborou para redução nos gastos com químicos. “Sentimos muito essa economia e também o crescimento no volume de leite tirado e melhora grande na qualidade desse leite”. A esterqueira coleta e trata todos os dejetos dos animais, em seguida, esse material é aproveitado na pastagem, economizando assim, em defensivos e adubos químicos.

“Para nós foi excelente, não agredimos o meio ambiente, cuidamos das pastagens e as recuperamos. Vale muito a pena o investimento”.

 

 

 

 

 

 

 

A extensionista da Emater, Aline Borges Torino, ressalta que tanto na pecuária de corte como na atividade leiteira, as técnicas são válidas. O trabalho da Emater na região, segundo ela, tem sido apresentar e incentivar essas técnicas para adoção dos produtores.

“O nosso trabalho tem sido essa educação em campo, com tecnologias que já são consolidadas. Como a esterqueira líquida, com o resíduo do que vem do curral. São dejetos que possuem nutrientes, porém se não forem tratados e colocados no ambiente sem esse tratamento, eles podem ser um potencial poluidor do solo e da água”.

Também extensionista da Emater, Gleicon Rodrigues Soares destaca os benefícios da esterqueira para os pecuaristas. De acordo com ele, o sistema visa a implantação de uma lavoura juntamente com uma pastagem, trazendo entre muitos benefícios, principalmente a economia.

“Essa lavoura ela praticamente paga a implantação da pastagem. Em relação ao gado de corte, a maioria no Brasil é produzida em pastagem, então você desenvolve melhor essa pastagem, o produtor tem ganho de produtividade, o animal desenvolve mais rápido e tem um ganho de peso melhor”.

Luiz Roberto acredita que esse seja o caminho a seguir na atividade, já que conseguiu além de economia, melhorar a qualidade do leite. “À medida que formos investindo e crescendo, devemos seguir esse caminho. Todos os seus problemas de sanidade você resolve ali, e com o biofertilizante, você agrega valor na propriedade e no produto que está sendo vendido. As empresas buscam por produções de leite mais sustentáveis nos dias de hoje. Então esse é o caminho”.

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