A Fundecitrus reduziu em 3 mi de caixas a safra de laranja 22/23, em novo levantamento. A fundação também divulgou alerta sobre o aumento da incidência do Greening no Cinturão Citrícola de São Paulo e em Minas Gerais. De acordo com os dados, a incidência da doença teria aumentado em 24,5%.
A nova estimativa foi de 314,09 milhões de caixas de 40,8kg, e a revisão apontou uma ligeira queda de 0,9% em comparação com a estimativa anterior. De acordo com a Fundecitrus as chuvas irregulares de maio até agosto deste ano foram abaixo da médica histórica. “Faltou água nos pomares e os frutos ficaram menores, do que aquela projeção inicial de frutos que tínhamos”.
Mesmo com a pequena redução em comparação com o ano passado, a safra está 19% maior, conforme explica Vinicius Trombini, coordenador de Pesquisa Estimativa da Fundecitrus. “É praticamente a média dos últimos anos, não é uma safra muito grande, mas melhor que o ano passado. E um dos motivos desse resultado positivo, foram as chuvas bem distribuídas desde o florescimento, em outubro do ano passado até o momento”.
E a ação do fenômeno La Niña também é motivo de preocupação para os citricultores, Vinicius ressalta a redução da projeção do tamanho dos frutos. “Nessa revisão já temos a confirmação de frutos de 156 gramas, esse não é um tamanho grande. São frutos pequenos, mas um pouco melhore que no ano passado. Isso tudo por conta da persistência do La Niña, essa já é a terceira safra de chuvas abaixo da média histórica”.
As chuvas abaixo da média também contribuíram para o aumento na taxa de queda de frutos, além de frutos menores. “A taxa de queda historicamente variava em torno de 17% e 18%, e agora temos uma taxa de queda de 20%, ela subiu e isso significa 3% a menos de safra. Então ela vem aumentando não só por questões climáticas, mas também por conta das pragas e doenças, como o Greening”.
Greening
O último levantamento da Fundecitrus também apontou outros dados a respeito da incidência do Greening no Cinturão Citrícola de São Paulo e Minas Gerais, que mostrou um aumento no índice médio de árvores contaminadas, que chegou a 24,5%.
“Quase um ¼ das árvores do Cinturão Citrícola estão contaminados com a doença. Isso é um dado muito preocupante, especialmente porque esse é um número médio, quando pegamos propriedades menores ao invés de apontarmos um índice de 24,5%, nessas propriedades a contaminação dobra praticamente. E mais preocupante, é que nesse último levantamento a incidência média de contaminação subiu mais nas propriedades maiores, e nessas propriedades, temos cerca de 50% das laranjeiras do Cinturão. Nessas propriedades a incidência aumentou de 14% no ano passado, para mais 19% nesse último levantamento”.
O alerta dado para os citricultores, é que com a chegada da primavera, vem o retorno das chuvas mais volumosas e a brotação dos pomares, um ambiente propicio para os insetos se reproduzirem.
