Segundo o relatório estatístico mensal divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações brasileiras de café no mês de maio totalizaram 2,448 milhões de sacas de 60 kg, resultando em uma receita cambial de US$ 544,8 milhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 17,4% no volume exportado e de 22,6% no valor gerado.
No acumulado de 11 meses do ano safra 2022/23, as remessas nacionais de café atingiram a marca de 32,977 milhões de sacas, indicando uma queda de 9,7% em relação ao período entre julho de 2021 e maio de 2022. Por outro lado, a receita apresentou um aumento de 2,1% nessa comparação, alcançando US$ 7,546 bilhões, impulsionada pelo aumento do preço médio do café no período.
Ao considerar o período de janeiro a maio de 2023, as exportações brasileiras de café totalizaram 13,577 milhões de sacas, representando uma redução de 19,3% em relação aos cinco primeiros meses do ano anterior, que registraram 16,823 milhões de sacas. A receita cambial para esse período foi de US$ 2,958 bilhões, apresentando uma queda de 24,4% em relação ao mesmo período anterior.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, explicou que a colheita do café no país estava cerca de 10 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos até o final de maio, e isso, aliado à escassez de café remanescente das safras afetadas por adversidades climáticas em 2021 e 2022, impactou o desempenho atual das exportações. No entanto, ele ressaltou que a entrada dos cafés da safra 2023/24 provavelmente resultará em um aumento nos volumes enviados ao exterior nos próximos meses.
Ferreira também mencionou que a variedade robusta e conilon brasileira tem alcançado preços competitivos em relação ao Vietnã, o que pode aquecer o mercado internacional para essas variedades.
Os Estados Unidos permanecem como o principal importador de café brasileiro nos primeiros cinco meses de 2023, adquirindo 2,512 milhões de sacas, uma queda de 23,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em segundo lugar está a Alemanha, com a compra de 1,691 milhão de sacas (-46%). Outros países como Japão, Bélgica, Colômbia e Turquia também demonstraram interesse na importação de café brasileiro.
A Ásia registrou um aumento de 15,1% nas importações de café do Brasil, impulsionado pelos desempenhos positivos do Japão, Turquia e China. O Oriente Médio e os Países Árabes também apresentaram um aumento nas aquisições, respectivamente, de 35,4% e 50,2%.
No geral, apesar das quedas nas exportações de café brasileiro, o cenário para a nova safra é favorável, e espera-se uma recuperação nos volumes de embarque nos próximos meses, impulsionados pela entrada da safra 2023/24 e pelo interesse dos importadores nos cafés arábica e canéfora do Brasil.
