Exportação de carne bovina desacelera em Junho

por | jul 17, 2024

A exportação brasileira de carne bovina (carne in natura e processada) desacelerou em junho em comparação a maio, que foi o melhor resultado do ano até o momento. Em junho, as exportações alcançaram 242.649 toneladas, um crescimento de apenas 2,7% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram exportadas 236.259 toneladas. Os dados são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), compilados a partir das informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Apesar do aumento no volume exportado, a receita em junho de 2024 sofreu uma queda de 11% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Em junho de 2023, a receita foi de US$ 1,089 bilhão, enquanto em junho de 2024 foi de US$ 971,2 milhões. Essa redução se deve à queda nos preços médios, que passaram de US$ 4.611 por tonelada em 2023 para US$ 4.002 em 2024, conforme destacado pela Abrafrigo em comunicado.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, as exportações somaram 1.440.893 toneladas, um aumento de 34% em comparação com as 1.076.325 toneladas exportadas no mesmo período de 2023. No entanto, devido à queda nos preços médios por tonelada (de US$ 4.583 em 2023 para US$ 4.041 em 2024), a receita cresceu apenas 18%, passando de US$ 4,933 bilhões em 2023 para US$ 5,822 bilhões no primeiro semestre de 2024.

Principais destinos da carne bovina brasileira

A China, maior cliente da carne bovina brasileira, aumentou suas compras no primeiro semestre de 2024, mas pagou menos. Em 2023, foram exportadas 518.268 toneladas para a China, gerando uma receita de US$ 2,611 bilhões. Em 2024, o volume exportado para a China subiu para 567.683 toneladas, com uma receita de US$ 2,516 bilhões. Os preços médios caíram 12%, de US$ 5.040 por tonelada em 2023 para US$ 4.433 em 2024.

Os Estados Unidos se tornaram o segundo maior comprador da carne bovina brasileira. Em 2023, representaram 10,9% das exportações totais, enquanto em 2024 essa participação subiu para 15,4%. As importações norte-americanas passaram de 116.805 toneladas em 2023 para 222.094 toneladas em 2024, um aumento de 90,1%. Contudo, os preços médios caíram de US$ 4.150 para US$ 2.900 por tonelada no mesmo período, resultando em um crescimento de 39,9% na receita, que foi de US$ 485 milhões em 2023 para US$ 644,6 milhões em 2024.

Preços do boi gordo no mercado interno

O mercado físico do boi gordo registrou negócios acima das referências médias nesta semana. Em São Paulo, as negociações ultrapassaram os R$ 230 por arroba, embora a maioria dos negócios ainda esteja entre R$ 225 e R$ 230. A referência média em São Paulo foi de R$ 229,07 por arroba. Em Goiás, o preço médio foi de R$ 219,04, em Minas Gerais foi de R$ 219,41, em Mato Grosso do Sul foi de R$ 219,45, e em Mato Grosso foi de R$ 208,93 por arroba.

Preços da carne bovina no atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permaneceram estáveis, com menor espaço para reajustes na segunda quinzena do mês, período caracterizado por menor consumo. Segundo Iglesias, “no que diz respeito às exportações, o resultado geral tem sido fantástico em volume, com grande quantidade de produto exportado”. O quarto traseiro foi cotado a R$ 17,50 por quilo, a ponta de agulha a R$ 13 por quilo, e o quarto dianteiro a R$ 14 por quilo.