Êxodo Urbano: Jovens trocam cidade por vida no campo

por | jan 15, 2024 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Sem categoria | 0 Comentários

A busca por mais qualidade de vida, o trabalho remoto e a falta de segurança pública estão entre os fatores que têm colaborado para o aumento do êxodo urbano no Brasil.

Dados do último Censo do IBGE 2022, mostraram esse aumento nas principais capitais brasileiras.

No Rio de Janeiro, a perda foi de quase 2% de população, Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%), Porto Alegre (-5,4%) e Belém (-6,5%).

Outro fator que colaborou para esse êxodo foi a pandemia da COVID-19, que também levou muitas pessoas para o campo.

E se tratando da zona rural, este fenômeno não é uma novidade, no entanto, chama cada dia mais atenção, o retorno de jovens para a vida no campo.

Em busca de formação acadêmica ou novas experiências na cidade grande, muitos optam por deixar para trás o ritmo agitado dos centros urbanos, escolhendo retornar às suas origens na fazenda após concluírem os estudos.

Guilherme Foresti, de 29 anos, é um exemplo dessa tendência; ele foi para a capital estudar, mas optou por retornar para a fazenda. Ele explica que cresceu estudando na cidade, mantendo contato com a cafeicultura na propriedade administrada por seus pais, representando a quinta geração da família.

“Sou da quinta geração e passei toda a minha vida em contato com a fazenda. Aos fins de semana, sempre ia até lá, mas sempre observando meus pais trabalharem incansavelmente. Decidi cursar Administração na faculdade em Belo Horizonte e, após me formar, em 2018, retornei à fazenda. Inclusive, fiz um intercâmbio para aprimorar meu inglês durante esse período”, explica Guilherme.

Segundo Guilherme, sua saída inicial teve a intenção clara de voltar e fazer a diferença no negócio familiar. “Vivi essa experiência fora, mas meu interesse era retornar e impulsionar o negócio da família, agregando valor. Essa decisão foi criada ao observar o árduo trabalho de anos dos meus pais e minha vontade de fazer a diferença, contribuindo para a saúde financeira e segurança dos meus pais”.

Atualmente, como administrador responsável por todas as operações do dia a dia, desde a gestão financeira até os aspectos comerciais, Guilherme conta com o auxílio de seus pais, sendo o pai formado em agronomia. Ele destaca que, ao regressar para a fazenda, desenvolveu uma paixão pela cafeicultura. “Comecei a acompanhar de perto o cotidiano da fazenda e me apaixonei pelo cultivo do café. Atualmente, meu foco está na sustentabilidade, aumento da produtividade e implementação de práticas de manejo mais sustentáveis. Aos poucos, estamos aprendendo, evoluindo e obtendo resultados positivos”.

A história de Guilherme reflete a transformação no cenário agrícola, não apenas em termos de evolução pessoal, mas também como um exemplo da crescente preferência de muitos jovens brasileiros em valorizar suas origens, contrariando a migração convencional para áreas urbanas. Além do mais, as tecnologias têm simplificado as atividades no campo, ressaltando a sustentabilidade, a rentabilidade e o empreendedorismo nas regiões rurais.

 

 

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