Além do clima atípico com uma seca desproporcional para a produção do Café Conilon no Estado do Espírito Santo, a falta de mão de obra atrasou o calendário de colheita da cultura. Após a safra recorde do ano passado, estes dois fatores podem afetar a continuidade dos trabalhos para safra 2023/2024.
Ainda que parte dos produtores tenham iniciado a retirada de grãos em alguns talhões, esta não é a realidade da maioria das famílias nas 78.000 famílias produtoras de conilon do Estado. Os agricultores preferiram adiar para a segunda quinzena de abril e para maio, porque, além da seca e do surgimento de pragas, enfrentam falta de mão de obra.
Divulgado em janeiro deste ano pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o 1º Levantamento da Safra de Café 2023, no Espírito Santo, tem estimada a área em produção de 300 mil hectares, o que rendeu cerca de cinquenta sacas por hectare. Para este ano, a previsão, devido as variáveis contrárias, é de 43,8 saca por hectare.
O pé de café conilon é um pouco diferente, com ramos de galhos mais compridos e maior produção. Por outro lado, o arábica tem sabores mais acentuados, podendo chegar a ter uma qualidade mais elevada. Já o conilon é mais rústico e tem mais teor de cafeína que o arábica. Contudo, a espécie vem ganhando espaço ao ser promovida por seus produtores e pesquisadores como bebida também de alta qualidade, atributo que para ser mantido não pode contar com a colheita do grão verde para que não se tenham prejuízos ao aroma e textura característicos desse tipo de café.
