Embrapa mapeia carbono no solo do RJ

por | maio 28, 2025

Levantamento revela áreas com alto potencial produtivo e regiões que precisam de manejo adequado

Um estudo inédito da Embrapa Solos mapeou os estoques de carbono orgânico do solo em todo o estado do Rio de Janeiro, em duas profundidades (0-20 cm e 30-50 cm), com alta resolução espacial. O levantamento identificou cerca de 189 milhões de toneladas de carbono na camada superficial e 119 milhões de toneladas na mais profunda.

Os dados foram gerados a partir de quase 400 amostras de solo, coletadas pelo Inventário Florestal Nacional, do Serviço Florestal Brasileiro, entre 2013 e 2016. A partir dessas amostras e com o uso de geoprocessamento e sensoriamento remoto, foram criados os mapas disponíveis na plataforma Geoinfo da Embrapa.

O estudo mostra que regiões como a Serra do Mar, a Serra da Mantiqueira e os manguezais do Norte Fluminense acumulam mais carbono devido ao clima, à umidade do solo e à vegetação preservada. Por outro lado, áreas de pastagens degradadas no Norte-Noroeste fluminense apresentam baixo teor de carbono, o que pode ser revertido com correção do solo, adubação e práticas de conservação.

Para o pesquisador Gustavo Vasques, da Embrapa Solos, entender o estoque de carbono é essencial não só para avaliar a saúde do solo, mas também para aproveitar oportunidades no mercado de créditos de carbono. Ele ressalta que o carbono do solo tem se tornado uma commodity estratégica e que, ao adotar práticas sustentáveis, é possível manter esse carbono armazenado e gerar retorno econômico por meio de programas de compensação.

Além dos mapas, a parceria entre a Embrapa e a Secretaria do Ambiente do RJ deve resultar em uma publicação com cenários de sequestro de carbono, sugestões de manejo sustentável, uma biblioteca espectral de solos e um modelo de negócios voltado ao mercado de carbono.