El Niño: queda de chumbinho preocupa produtores

por | jan 8, 2024 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques, Café | 0 Comentários

A cafeicultura brasileira em 2023 sentiu muito os efeitos do fenômeno El Niño. As altas temperaturas e a ausência de chuvas prejudicaram muito as lavouras. No mês de setembro, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas do Observatório Europeu Copernicus, o mês foi o mais quente de toda história brasileira.

As altas temperaturas prejudicaram justamente o pegamento da florada em muitas lavouras. E no fim de novembro e dezembro, o sentimento de perda entre os produtores foi ainda maior, com acentuação da queda de chumbinho em muitas regiões produtoras.

A primeira florada veio de forma antecipada na maioria das regiões, o que resultou em um desenvolvimento maior, no entanto, a queda de frutos é apontada como resultado do sistema fonte-dreno da planta, conforme explica o pesquisador da Fundação Procafé, Alisson Fagundes.

“Esse sistema ocorre quando você tem um desbalanço, um fruto maior sugando mais, o que derruba o fruto menor. E quando temos problemas climáticos como tivemos, isso potencializa a queda do chumbinho”, ressaltou.

Ao longo do mês de novembro o índice pluviométrico nas regiões produtoras foi baixo e, aliado ao recorde de temperatura, a queda de chumbinho, já esperada, foi um pouco maior do que ocorre normalmente. A situação deve potencializar nova redução da produtividade.

E se tratando justamente da produtividade da safra 24/25, a maioria dos produtores vivem momentos de tensão. Poucos são os palpites, já que as águas de janeiro e fevereiro serão cruciais para resultados positivos nesse ciclo.

A questão climática segue no radar dos especialistas de mercado, que ainda apontam preocupação com fenômeno El Niño. Ainda de acordo com o pesquisador Fagundes, não é o momento de afirmar nada sobre a safra 24, apesar dos indícios sentidos pelos produtores.

“Todo ano temos queda de chumbinho, dessa vez a queda foi um pouco maior. Mas ainda é muito cedo para falarmos qualquer coisa. No entanto, havíamos começado muito bem, mas quando chegou o início de enchimento e essa queda de chumbinho, vieram os problemas. O El Niño pode transformar a safra 24, em uma safra menor, mas ainda não sabemos, não podemos afirmar nada”, reafirma Fagundes.

E os efeitos do fenômeno El Niño também seguem no radar da indústria de café, o resultado até o momento tem sido volatilidade das cotações nas bolsas, e pode impactar futuramente no preço ao consumidor final.

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