Entre outubro e dezembro, as regiões cafeeiras brasileiras registraram chuvas significativas, proporcionando uma importante recuperação para as lavouras. Segundo dados da Fundação Procafé, o cenário foi particularmente positivo no Sul de Minas, onde a combinação de precipitações acima da média e temperaturas adequadas colaborou para reverter déficits hídricos acumulados.
Em outubro, a região teve temperaturas entre normais e acima da média, alcançando até 21,5°C em algumas cidades. As chuvas, por sua vez, chegaram a 260 mm, o dobro do esperado e significativamente superiores à média registrada em 2023. Destaque para cidades como Muzambinho e Carmo de Minas, que enfrentavam os maiores déficits hídricos e registraram precipitações de até 303 mm. Por outro lado, locais como Varginha e Boa Esperança mantiveram um déficit de até 171,5 mm naquele mês.
O quadro continuou a melhorar em novembro, com a média regional de chuvas alcançando 246 mm. As cidades que ainda enfrentavam déficits em outubro, como Varginha e Boa Esperança, conseguiram reduzi-los significativamente. A média de temperatura na região ficou em torno de 21,3°C, consolidando um ambiente favorável ao desenvolvimento das lavouras.

Na Alta Mogiana, porém, mesmo com as chuvas registradas em outubro e novembro, o déficit hídrico permaneceu em 105 mm. As temperaturas na região chegaram a 22,9°C, acima da média histórica.
“Quando analisamos todas as regiões, tivemos um dezembro bastante chuvoso, com temperaturas abaixo da média histórica, o que foi muito positivo”, destacou Rodrigo Naves, pesquisador da Fundação Procafé. Em dezembro, todas as regiões cafeeiras alcançaram armazenamento hídrico acima de 100 mm, com um excedente hídrico de 181 mm no Sul de Minas. Cenário semelhante foi observado no Triângulo Mineiro e na Alta Mogiana. “As plantas começaram a responder, e isso traz um otimismo para 2026, pois as lavouras estão em franca recuperação”, afirmou Naves.
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Desafios no manejo: broca do café preocupa produtores
E apesar das condições climáticas favoráveis, a broca do café continua sendo um desafio significativo nas regiões produtoras. O manejo preventivo é essencial para controlar a praga e evitar prejuízos.
“O produtor não pode falhar no manejo. Detalhes como uma irrigação adequada e o manejo no momento correto fazem toda a diferença para manter a produtividade”, alertou o pesquisador. Com as lavouras em recuperação e as condições climáticas contribuindo para um cenário promissor, a atenção ao manejo e à prevenção contra pragas será decisiva para consolidar os resultados no próximo ciclo produtivo.
