A Embrapa Pecuária Sul, no Rio Grande do Sul, está liderando um projeto inovador para mapear as características da carne bovina produzida no estado, analisando sua composição nutricional e impacto na saúde de acordo com os diferentes sistemas de criação. Com a participação de mais de 20 especialistas de diversas instituições brasileiras, a pesquisa utiliza tecnologias avançadas, como metabolômica e inteligência computacional, para avaliar a influência dos métodos produtivos na qualidade da carne.
Tecnologia como aliada da produção
A metabolômica, ferramenta central do estudo, permite uma análise detalhada dos sistemas biológicos dos animais, identificando os compostos presentes na carne e a relação com o sistema de criação. Os dados obtidos serão integrados a um banco de informações baseado em inteligência computacional, que buscará padrões nutricionais associados ao ambiente de produção.
Foto: Leonardo Hostin/Embrapa
O estudo abrange entre três e cinco sistemas de criação predominantes no Rio Grande do Sul, considerando fatores como tipo de solo, alimentação, raça dos animais e emissões de carbono. O objetivo é desenvolver modelos preditivos que orientem futuras pesquisas e valorizem a carne gaúcha.
Impacto na saúde e no mercado
Com o resultado, será elaborado um dossiê com informações detalhadas sobre a carne bovina produzida no estado. Esse material poderá fundamentar políticas públicas, como o Guia Alimentar para a População Brasileira, e combater a desinformação sobre os impactos da carne na saúde humana.
O estudo ganha relevância em um contexto de crescente preocupação ambiental e pressões sociais relacionadas ao consumo de carne, destacando o papel estratégico da ciência para responder a esses desafios e fortalecer o mercado gaúcho.
