Arroz: preço começa ceder após altas históricas

por | mar 11, 2024 | Agenda Agrícola | 0 Comentários

Após alcançar patamares históricos, com o preço do arroz ascendendo desde o segundo semestre de 2023, observamos agora uma reversão dessa tendência. Especialistas apontam que esse declínio é atualmente natural. 

Segundo Evandro Oliveira, analista de arroz de safras e mercado, houve um recuo no preço um pouco mais breve e com maior intensidade do que se esperava quando começaram a recuar no final do mês de janeiro. “Isso ocorreu devido aos compradores que retornaram do recesso do fim de ano, testando o mercado. Devemos lembrar que o varejo enfrenta dificuldades desde outubro de 2023, pressionando as indústrias”, explicou o analista.

Apesar de toda essa pressão no mercado, a expectativa continua positiva, iniciando essa nova temporada comercial com os menores estoques em quase duas décadas. “Vamos ter mais uma temporada de aperto de oferta, e neste primeiro semestre temos essa pressão devido às colheitas e entrada de safra. Mas no segundo semestre, na entressafra, a tendência é de recuperação de preço e não descartamos patamares recordes”, disse Evandro. 

Em relação à área, a perspectiva é boa, com aumento de área no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Tocantins e um grande interesse pelo arroz em todo o Brasil. Sendo que, na abertura da colheita, houve um corte nas estimativas da área, com cerca de 913 mil hectares na área gaúcha. A produtividade ainda é incerta, mas deve ficar acima de 8 mil quilos por hectare, o que leva a uma produção de entre 7,5 e 7,6 milhões de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul.

Apesar da perspectiva de redução pela menor oferta e o dólar pouco favorável, juntamente com o atraso na colheita devido ao atraso no plantio, teremos um período menor com oportunidades de exportação. “Em uma época em que naturalmente teríamos uma oferta razoável em fevereiro, agora estamos em março, e a colheita está ganhando ritmo. Isso reduz a janela de exportação. Portanto, teremos uma redução nas exportações, mas ainda assim com volumes consideráveis, cerca de 1,4 milhão de toneladas”, explicou o analista de arroz. 

Para 2024, o analista Evandro explica que será um ano importante para o arroz, e o foco deve ser na gestão, onde o produtor deve buscar proteção e informação de qualidade. Isso será crucial para a sobrevivência nessa cultura. “Além disso, com patamares de preços atrativos para investidores e agentes, tudo indica que haverá um novo aumento de área no Brasil para 2025, e quem sabe um cenário mais equilibrado para os preços”. 

 

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