Alerta para alta possibilidade de risco de geada no Brasil

por | maio 21, 2025

Desde o início de maio, os produtores de café vêm observando uma mudança significativa no clima. As temperaturas mínimas caíram, especialmente durante as madrugadas, e a sensação térmica nas regiões cafeeiras do Brasil já é de outono consolidado. Segundo a agrometeorologista Bruna Peron, esse cenário não surpreende e já era esperado para esta época do ano.

“Com o estabelecimento do outono, já se espera uma redução natural das temperaturas mínimas e uma amplitude térmica elevada”, explica Bruna. “Tivemos a entrada de massas de ar polar desde abril — nada muito intenso, mas que contribuiu para a manutenção do clima mais ameno no início de maio.”

O último alerta da Rural Clima, é que existe o risco de geada, nas áreas do Centro-Sul, Paraguai e Argentina, entre os dias 30 de maio e 02 de junho. Se esse cenário se confirmar, temos potencial de risco para áreas cafeeiras, bem como para o milho segunda safra, cana-de-açúcar e feijão.

Chuvas sob controle e tempo seco favorecem colheita

Com o início da colheita em algumas regiões cafeeiras, o comportamento das chuvas também é ponto de atenção. De acordo com Bruna, a estação seca já se estabeleceu na região central do país, o que favorece o andamento da colheita.

“A Região Sul ainda terá chuvas recorrentes durante o outono e inverno, mas sem extremos. Já no Sudeste, as precipitações serão mais esporádicas, dependendo do avanço das frentes frias. Em Rondônia, as chuvas tendem a reduzir nas próximas semanas”, detalha.

No Nordeste, o tempo seco deve se intensificar especialmente no interior e na fronteira agrícola do Matopiba, enquanto a faixa leste da região ainda registra chuvas mais frequentes até julho.

Frio, sim. Frio extremo? Ainda não

Início de junho os cafeicultores devem se preparar para manhãs geladas, mas sem sustos — por enquanto.

“As temperaturas seguirão mais baixas nas primeiras horas do dia, com forte amplitude térmica. Há expectativa de pelo menos duas entradas de massas de ar polar pela Região Sul, que podem levar frio mais significativo para as áreas cafeeiras do Sul e Sudeste. No entanto, ainda não há sinal de frio extremo até a primeira semana de junho”, conclui Bruna.