A peneira da safra de café deste ano está definida e apresenta boas perspectivas. De acordo com levantamento da Fundação Procafé, a qualidade dos grãos deve superar a registrada na safra passada. “No ano passado tivemos seca em novembro e dezembro, o que prejudicou muito as lavouras. Já para este ano, temos um cenário melhor e esperamos uma peneira melhor em comparação com 2024”, explica André Moraes, pesquisador da Fundação Procafé.
Apesar da previsão positiva para a peneira, o clima ainda preocupa. O início do ano foi marcado por chuvas significativas nas principais regiões cafeeiras, mas fevereiro têm registrado volumes abaixo da normalidade ou até mesmo quase nulos até então. Esse fator pode agravar a situação das lavouras cafeeiras, que já enfrentaram um dos piores déficits hídricos da história recente. “Um veranico muito grande e acentuado pode prejudicar a granação. Com isso, o grão perde densidade. Até então, estamos com uma boa granação, mas precisamos de mais chuvas, ainda mais com as temperaturas tão altas, como temos registrado”, alerta Moraes.
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O calor excessivo registrado em fevereiro também impacta a sanidade das lavouras. Segundo Moraes, este ano deve apresentar um aumento expressivo de broca do café, devido à grande quantidade de café remanescente no chão e nos pés. Além disso, há uma preocupação crescente com a incidência de cercóspora, uma doença fúngica que afeta folhas e frutos. “Deve ser um ano de bastante cercóspora no fruto, por conta do déficit hídrico. Com ela, o fruto cai mais cedo e perde qualidade”, explica o pesquisador.
O manejo adequado será fundamental para minimizar esses impactos. No Sul de Minas, por exemplo, as temperaturas estavam mais amenas até a semana passada, o que favoreceu o desenvolvimento das lavouras. No entanto, a perda de umidade no solo e o impacto nas plantas já são perceptíveis. “O calor acelera a perda de água, e se não chover logo, as perdas aparecem mais cedo. Os plantios também sentem muito”, reforça Moraes.
Diante desse cenário, o produtor deve estar atento tanto ao manejo sanitário das lavouras quanto à necessidade de boas chuvas para garantir uma safra equilibrada. Embora a qualidade da peneira seja promissora, a safra 2025 ainda depende do comportamento climático nos próximos meses para manter os bons indicadores.
