Café: alta nas cotações compensa queda na produtividade?

por | fev 3, 2025

O cenário para a safra de arábica em 2025 já está dado, mas os olhares começam a se voltar para 2026. Se as condições climáticas continuarem favoráveis, há potencial para uma recuperação significativa da produção. No entanto, o pesquisador Alysson Fagundes, da Fundação Procafé, ressalta que essa retomada não será automática. “A florada de 2025 vai depender muito do comportamento climático ao longo deste ano. Se houver um bom regime hídrico e temperaturas adequadas, o potencial produtivo para 2026 pode ser muito melhor”.

Outro ponto de atenção para os cafeicultores é a questão dos tratos culturais. A boa condição das lavouras, reforçada pelo retorno das chuvas, precisa ser acompanhada de uma nutrição equilibrada e de um manejo eficiente para que o potencial produtivo seja plenamente atingido. “O produtor precisa manter um acompanhamento constante, garantindo a sanidade da planta e a reposição adequada de nutrientes, principalmente em áreas que sofreram mais com a estiagem nos últimos anos”, complementa Fagundes.

Mercado de café: desafios e oportunidades

Com estoques globais reduzidos e uma quebra significativa na safra brasileira de arábica, o mercado segue atento aos desdobramentos da oferta e da demanda. A incerteza sobre os preços é um fator a ser considerado pelos produtores, que devem estar atentos às oportunidades de comercialização.

No curto prazo, a baixa disponibilidade de café pode sustentar os preços, mas a entrada de cafés de outras origens pode influenciar essa dinâmica. “O produtor precisa ficar atento ao comportamento do mercado e buscar momentos estratégicos para realizar vendas, aproveitando boas cotações”, recomenda Fagundes.

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Além disso, o consumo global de café segue aquecido, e a demanda por cafés de qualidade continua sendo um diferencial para os produtores que investem em grãos especiais. O momento pode ser oportuno para fortalecer estratégias de agregação de valor e buscar nichos de mercado que remunerem melhor a produção.

Em resumo, o cenário da cafeicultura arábica no Brasil tem desafios evidentes, mas também oportunidades. A atenção ao manejo das lavouras, às condições climáticas e às movimentações do mercado será essencial para que os cafeicultores possam tomar as melhores decisões ao longo do ano.