Queimadas atingiram mais de 20 mil hectares de cana-de-açúcar em SP
Começou na última sexta-feira uma onda de queimadas pelo Brasil, com diversos incêndios sendo registrados durante o fim de semana. Em Ribeirão Preto, muitos canaviais foram atingidos, assim como outras culturas. Pelo menos 48 cidades da região entraram em alerta máximo para queimadas. Duas pessoas morreram, e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde o início do fogo.
Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil hectares já foram queimados na região, que registrou mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias. Imagens de moradores das cidades afetadas mostram o céu coberto por uma densa camada de fumaça. Foi o mês de agosto com o maior número de focos de incêndio na história do estado de São Paulo desde 1998. Além disso, cerca de 500 pessoas precisaram de atendimento médico por inalação de fumaça.
O Governo do Estado de São Paulo montou um gabinete de crise para coordenar os trabalhos de combate ao fogo e anunciou um crédito de custeio com juros zero para a recuperação das lavouras.

Polícia Federal investiga suspeita de incêndios criminosos
Nas redes sociais, surgiram suspeitas de ações criminosas coordenadas, o que resultou na abertura de duas frentes de investigação pela Polícia Federal, que deve apurar os incidentes no interior de São Paulo. Além dos prejuízos causados aos diversos produtores e moradores da região, as queimadas também prejudicaram a operação de dois aeroportos em áreas de competência federal.
Paralelamente, a Polícia Federal também iniciou investigações para apurar as suspeitas de incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal.
A Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo divulgou uma nota ressaltando que os incêndios não foram provocados por produtores rurais nem pelas usinas. A prática de queimadas como método de colheita da cana-de-açúcar está extinta no Brasil desde 2017.

Mais de 20 mil hectares foram atingidos na região de Ribeirão Preto
Seca e temperaturas elevadas agravam o cenário no Brasil
Neste contexto, a seca, as altas temperaturas e os ventos fortes contribuíram ainda mais para o aumento das queimadas. Belo Horizonte, Goiânia e Brasília estão entre as cidades que já somam mais de 100 dias sem chuva. Nesses municípios, o fim de semana foi nublado devido à fumaça trazida de outras regiões do país, como o Pantanal e a Amazônia, transportada pelos ventos.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou que esta é a temporada com o maior registro de focos de queimadas dos últimos 17 anos, e a seca prolongada agrava ainda mais a situação, com incêndios registrados em mais de mil cidades brasileiras no último fim de semana.

De acordo com o Inpe, o “corredor de fumaça” tem sido intensificado pela combinação do fogo e da seca, que serve como ignição para novos focos de incêndio, agravados pelas queimadas ilegais. Os levantamentos mais recentes indicam que mais de 22 mil focos de incêndio foram registrados em agosto somente na Amazônia Legal. Apesar do cenário preocupante, o número é significativamente inferior ao registrado no ano anterior.
