O Brasil registrou aumento no volume de leite UHT recebido pela indústria, paralelo ao aumento das importações de leite em pó do Mercosul, e isso ocasionou uma disponibilidade maior de leite fluido para processamento de UHT e queijos, cujos volumes cresceram 1,5% e 3,1% respectivamente.
Os dados estão no relatório anual da Associação Brasileira da Industria de Lácteos Longa Vida (ABLV). O relatório, que é referente ao ano de 2023, destaca o aumento no consumo de produtos lácteos em 5,5%, contribuindo para uma evolução de 1,6% quando comparado com o ano anterior.
Essa evolução do leite UHT, rompe uma sequência negativa que o Brasil teve nos anos anteriores e marca a retomada dos volumes próximos dos sete bilhões de litros anuais.
A cadeia leiteira no Brasil
O relatório também destacou a produção mundial de leite que cresceu 1,1%, o que representa um aumento de 7,8 bilhões de quilos. Nesse contexto a Índia continua na liderança e o Brasil ocupa o 5º lugar. A expectativa com a produção leiteira do Brasil em 2023, ficou em 178 quilos/ ano, com um consumo per capita no mesmo ano atingindo picos como 188 quilos.
Os dados apontam que o Brasil consome pelo menos 10 quilos a mais do que produz, tendo a necessidade de recorrer as importações.
O ano de 2023 de acordo com o relatório, também marcou o crescimento de 2,5% da entrada de leite inspecionado pela indústria, compensado pelo aumento da quantidade de matéria-prima. A maior produção primária e o significativo volume de importação de leite em pó resultaram em maior disponibilidade de leite fluido para processamento de leite UHT e queijos.
Já em relação aos preços, o ano também apresentou grandes desafios aos produtores. Na média nacional os preços recebidos pelos pecuaristas tiveram uma redução de 14%. O cenário é fruto de uma oferta maior de matéria-prima e do volume expressivo de leite em pó importado do Mercosul.
